Reações adversas paclitax

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Os dados a seguir foram obtidos de 402 pacientes, que foram avaliadas em 8 estudos clínicos, portadoras de carcinoma do ovário e da mama. Em 4 estudos a dose do paclitaxel variou de 135 a 250mg/m2 e foi administrada durante 24 horas. Em 3 estudos a dose variou de 170 a 300mg/m2, administrada em 24 horas e incorporou G-CSF como apoio hematopoético. O oitavo estudo foi um ensaio randomizado, em pacientes com carcinoma do ovário e comparou duas doses do paclitaxel (135 ou 175mg/m2) e dois esquemas de administração (em 3 ou em 24 horas). Sistema hematológico: A supressão da medula óssea foi o principal fator tóxico limitante da dose do paclitaxel. A neutropenia foi relacionada à dose e, em geral, foi rapidamente reversível. Durante o primeiro tratamento ocorreu neutropenia grave (< 500 células/mm3) em 52% das pacientes. Durante o período total de tratamento, neutropenia grave foi relatada em 67% das pacientes. Na dose recomendada, a neutropenia ocorreu em 47% das pacientes. Embora tenha sido freqüente, a neutropenia grave foi de curta duração e apenas 7% das pacientes tiveram uma contagem de células abaixo de 500/mm3, durante 7 ou mais dias. As contagens mais baixas de neutrófilos ocorreram numa mediana de 11 dias, após a administração do paclitaxel. A mielossupressão pareceu ser mais freqüente e mais grave nas pacientes que receberam radioterapia anteriormente. A febre foi freqüente (19% dos casos) e esteve associada a neutropenia grave em 5% dos tratamentos. Trinta e cinco porcento das pacientes relataram pelo menos uma infecção e 13% de todos os tratamentos foram associados a um episódio infeccioso. Infecções do sistema urinário, do sistema respiratório superior e septicemia foram as infecções mais freqüentemente relatadas. Cinco casos de septicemia (aproximadamente 1% das pacientes), que foram associados a neutropenia grave atribuída à administração do paclitaxel, foram fatais. A trombocitopenia foi menos freqüente e menos pronunciada que a neutropenia. Setenta e três por cento das pacientes mantiveram um nível de plaquetas superior a 100.000/mm3, durante todo o tratamento e apenas 10% teve um nível mais baixo, inferior a 50.000/mm3. O 8o ou 9o dia, após a administração do paclitaxel foi consistentemente a média da contagem mais baixa das plaquetas. Dezenove por cento das pacientes tiveram sangramento, mas a maioria dos episódios hemorrágicos foi localizada, e pareceu ser relacionada ao fármaco. Seis pacientes tiveram hemorragia grave, mas em apenas um caso uma trombocitopenia grave (< 25.000/mm3) esteve presente. Quatorze pacientes (3%) receberam transfusões de plaquetas. Anemia (Hb abaixo de 11g/dl) foi observada em 90% das pacientes. A incidência e a gravidade da anemia parece aumentar à medida que aumenta a exposição ao fármaco. Ocorreu anemia grave (Hb < 8g/dl) em 24% das pacientes, em 13% das com Hb basal ³ 11g/dl e em 40% das com anemia no início do estudo. Trinta e quatro por cento de todas as pacientes receberam transfusões de células. Reações de hipersensibilidade: No total, 19% de todos os tratamentos foram associados a reações de hipersensibilidade. Dez pacientes (2%) desenvolveram reações graves, que necessitaram de intervenção terapêutica e/ou de interrupção do tratamento com o paclitaxel, apesar da pré-medicação. Sintomas graves ocorreram, geralmente, dentro da primeira hora após a administração do paclitaxel. As manifestações mais freqüentes foram dispnéia e hipotensão, que necessitaram de tratamento, e dores no peito. Em três casos a interrupção da administração do paclitaxel foi a única ação necessária. Nas 7 pacientes restantes, broncodilatadores (albuterol ou teofilina), epinefrina, anti-histamínicos e corticosteróides foram usados isoladamente ou em associação. Cinco destas pacientes toleraram o tratamento subseqüente com o paclitaxel. Além destas 10 pacientes, que apresentaram reações graves de hipersensibilidade, outras 156 (39%) apresentaram manifestações leves, compatíveis com reações de hipersensibilidade. As manifestações mais freqüentes foram rinorréia, eritema e dispnéia, que foram observadas em 32%, 9% e 4%, respectivamente. Nenhuma destas reações obrigou a interrupção do tratamento, nem impediu que o tratamento fosse completado. Sistema cardiovascular: Hipotensão e bradicardia ocorreram em 101 (25%) e 47 (12%) pacientes, respectivamente. Das 47 pacientes que tiveram bradicardia, 42 a tiveram durante a infusão do paclitaxel. Nenhum destes episódios necessitou de tratamento específico. Das 101 pacientes que tiveram hipotensão, 91 a tiveram durante a infusão do paclitaxel. A bradicardia e a hipotensão não costumam ocorrer simultaneamente durante o mesmo tratamento. Apenas 2 casos de hipotensão, associados a reação grave de hipersensibilidade, necessitaram de tratamento. Seis eventos cardiovasculares graves, possivelmente relacionados à administração do paclitaxel, foram identificados nas 402 pacientes (cerca de 1,5%). Quatro pacientes tiveram arritmia (taquicardia ventricular assintomática, bigeminismo e duas lipotimias) e houve dois casos de bloqueio AV total, que necessitaram de implante de marcapasso. Trinta por cento de todas as pacientes tinham um ECG anormal antes do estudo e 19% das pacientes, que tinham um ECG normal antes do estudo, desenvolveram um traçado anormal. As anomalias mais freqüentemente relatadas foram alterações inespecíficas da repolarização ventricular, taquicardia sinusal e extra-sístoles. A relação entre a administração do paclitaxel e as anomalias do ECG não foi claramente estabelecida. Apenas 2 das 119 pacientes que tiveram anomalias do ECG necessitaram de tratamento. Sistema nervoso: Neuropatia periférica foi observada em 62% de todas as pacientes, sendo parestesia leve o sintoma mais freqüente. Quatro por cento de todas as pacientes tiveram sintomas neurológicos graves. A neuropatia periférica foi dependente da dose, sendo 42% das pacientes afetadas pela dose normal do paclitaxel, e 69% por doses mais altas. A incidência dos sintomas neurológicos foi comparável em grupos de pacientes previamente tratadas com cisplatina (57%). Os sintomas sensitivos geralmente melhoraram ou desapareceram vários meses após a interrupção da administração do paclitaxel. Além da neuropatia periférica, a única manifestação neurológica grave foi um caso de crise convulsiva tipo grande mal, que ocorreu durante a infusão do paclitaxel e reapareceu quando o paclitaxel foi novamente administrado. Artralgia/mialgia: Artralgia/mialgia (dor nas grandes articulações dos membros superiores e inferiores) ocorreu em cerca de 55% dos pacientes e foi geralmente leve. Os sintomas foram transitórios, apareceram cerca de 2 a 3 dias após a administração do paclitaxel e desapareceram em poucos dias. A incidência da artralgia/mialgia foi claramente dependente da dose e foi um pouco mais freqüente nos pacientes que receberam G-CSF. Função hepática: As modificações dos testes de função hepática mostraram alguma relação com a dose do paclitaxel. A análise, limitada às pacientes que tinham valores basais normais, mostrou que 8% das pacientes tiveram aumento da bilirrubina, 23% tiveram aumento da fosfatase alcalina, 16% tiveram aumento da SGOT e 33% tiveram aumento da SGPT. Uma relação de dose-dependência foi sugerida para todos os testes, exceto para as transaminases. Outros eventos clínicos: A alopecia foi observada em quase todas as pacientes, mas foi reversível após o término do tratamento. O paclitaxel causa uma queda de todos os pêlos (do couro cabeludo, das sobrancelhas, dos cílios, da axila e do púbis). A queda dos pêlos ocorre geralmente duas a três semanas após a primeira administração do paclitaxel e foi descrita como sendo súbita e completa, freqüentemente num só dia. Efeitos gastrointestinais, tais como náuseas, vômitos, diarréia e mucosite foram relatados em 59%, 43% e 39% das pacientes, respectivamente. Estas manifestações foram geralmente leves a moderadas, na dose recomendada. A mucosite é relacionada à dose e pode se tornar o fator tóxico limitante nas pacientes que estão recebendo altas doses, isto é, acima de 300mg/m2.