Características farmacológicas parlodel

PARLODEL com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de PARLODEL têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com PARLODEL devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



Farmacodinâmica
Grupo farmacoterapêutico: Agonista de dopamina (código ATC: N04B C01), inibidor de prolactina (código ATC: G02 B01). Parlodel inibe a secreção do hormônio da hipófise anterior, a prolactina, sem afetar os níveis normais de outros hormônios hipofisários. No entanto, pode reduzir níveis anormalmente elevados do hormônio de crescimento (GH) em pacientes com acromegalia. Esses efeitos são decorrentes da estimulação dos receptores dopaminérgicos. No puerpério, a prolactina é necessária para dar início e manter a lactação puerperal. Em outras circunstâncias, a secreção elevada da prolactina dá lugar à lactação patológica (galactorréia) e/ou transtornos da ovulação e da menstruação.
Farmacocinética
Absorção Após administração oral, Parlodel é bem absorvido. Quando os comprimidos são administrados a voluntários saudáveis, a meia-vida de absorção é de 0,2 a 0,5 hora e os picos plasmáticos de bromocriptina são atingidos em 1 a 3 horas. Uma dose oral de 5 mg de bromocriptina resulta em uma Cmax de 0,465 ng/mL. O efeito de redução da prolactina iniciase 1 a 2 horas após a ingestão, atinge redução máxima, isto é, redução da prolactina no plasma em mais de 80%, em 5 a 10 horas e permanece próximo dessa redução máxima por um período de 8 a 12 horas.
Com Parlodel SRO cápsulas, forma destinada à administração uma vez ao dia, os níveis plasmáticos máximos são atingidos em 7 a 10 horas e o efeito inibitório máximo sobre a secreção de prolactina, similar em magnitude àquele alcançado com os comprimidos, ocorre 10 a 17 horas após a ingestão. Concentrações superiores a 50% do nível máximo são mantidas por cerca de 14,5 horas (comparado a 3,5 horas com os comprimidos), garantindo, portanto, o efeito redutor da prolactina por um período prolongado. Distribuição Com a administração de dose única, a biodisponibilidade das cápsulas SRO, comparada à das cápsulas comuns, é superior a 90%. No steady state (estado de equilíbrio), observa-se leve redução na biodisponibilidade (para cerca de 80%) sem, no entanto, haver perda da eficácia terapêutica. A ligação às proteínas plasmáticas é de 96%.
Biotransfomarção A bromocriptina sofre uma biotransformação extensiva de primeira passagem no fígado, refletida por um perfil de metabólitos complexos e pela ausência quase completa do medicamento inalterado na urina e nas fezes. Isto mostra uma alta afinidade pelo CYP3A e as hidroxilações no anel de prolina da porção média do ciclopeptídeo constituem uma via metabólica principal. Inibidores e/ou potentes substratos para CYP3A4 podem inibir o clearance de bromocriptina e elevar os seus níveis. A bromocriptina é também, um potente inibidor do CPY3A4 com um valor calculado de IC50 de 1,69 microM. Entretanto, devido à baixa concentração terapêutica de bromocriptina livre em pacientes, não deve ser esperada uma alteração significante do metabolismo de medicamentos secundários cujo clearance é mediado pelo CYP3A4. Eliminação A eliminação plasmática do medicamento inalterado é bifásica, com meia-vida terminal de cerca de 15 horas (variação de 8 a 20 horas). O medicamento inalterado e seus metabólitos são excretados quase que completamente pelo fígado, sendo que somente 6% são eliminados pelos rins. Características em pacientes Em pacientes com função hepática prejudicada, a velocidade de eliminação pode ficar mais lenta e os níveis plasmáticos aumentados, requerendo ajuste da dose. Dados de segurança pré-clínicos
Os dados de segurança pré-clínicos para Parlodel (bromocriptina) não revelaram danos especiais para humanos, baseados nos estudos convencionais de segurança farmacológica, toxicidade de dose única e de doses repetidas, genotoxicidade, mutagenicidade, potencial carcinogênico, ou toxicidade para reprodução. Efeitos em estudos pré-clínicos foram observados apenas em exposições consideradas suficientemente excessivas (25 vezes) à exposição humana máxima, indicando pequena relevância para uso clínico. Carcinomas endometriais foram observados apenas em estudos pré-clínicos com ratos em altas doses. Esses carcinomas são considerados devido a sensibilidade espécie-específica dos animais teste à atividade farmacológica da bromocriptina.