Reações adversas serophene

SEROPHENE com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de SEROPHENE têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com SEROPHENE devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



Sintomas
Os efeitos colaterais não são muito pronunciados nas doses recomendadas para o citrato de clomifeno (Serophene®) e pouco frequentemente interferem com o tratamento. Esses efeitos tendem a ocorrer e são mais intensos quando são administradas doses mais altas e em tratamento mais longos, como os que foram utilizados nos primeiros estudos com a droga.
Os efeitos colaterais mais comuns são: ondas de calor, desconforto abdominal (distensão, timpanismo, dor ou sensibilidade local), aumento dos ovários e visão turva. Os sintomas vasomotores, semelhantes às ondas de calor da menopausa, geralmente não são graves e desaparecem logo após a suspensão do tratamento. Os sintomas abdominais são mais frequentemente relacionados aos fenômenos pré-menstruais ou ovulatórios (Mittelschmerz)
ou ao aumento ovariano. Nas doses recomendadas, a variação normal do tamanho ovariano pode ser exagerada (veja o item “Precauções e advertências”). Raros exemplos de aumento maciço do ovário e ruptura de um cisto luteínico com hemoperitônio foram relatados.
Os sintomas visuais, descritos usualmente como visão turva, manchas ou clarões luminosos (escotomas cintilantes), aumentam de incidência com a elevação da dose total e desaparecem em poucos dias ou semanas após a suspensão do tratamento com Serophene®. Esses sintomas parecem ser devidos à intensificação e ao prolongamento da imagem residual. Os sintomas, frequentemente aparecem ou são acentuados pela exposição ao meio ambiente com claridade intensa. Embora a medida da acuidade visual não tenha sido geralmente afetada, uma paciente tomando 200 mg diários desenvolveu turvação no sétimo dia de tratamento que progrediu para severa diminuição da acuidade visual, por volta do décimo dia. Nenhuma outra anormalidade da visão foi encontrada e a acuidade visual normalizou-se no terceiro dia após a suspensão do tratamento. Outra paciente tratada durante os estudos clínicos desenvolveu escotomas durante a administração prolongada de Serophene®, fenômeno que desapareceu por volta do 32º dia após a suspensão da terapia.
Em uma paciente de 34 anos de idade, que havia tomado 3 séries de Serophene®, o exame microscópico com lâmpada de fenda mostrou um discreto aumento da opacificação subcapsular cortical posterior, nos dois olhos. O exame oftalmológico revelou achados normais. O diagnóstico ocular foi de catarata “senil” cortical posterior. Foram também relatadas alterações (eletrorretinográficas) da função celular da retina e escotomas definíveis oftalmologicamente.
Outros sintomas menos frequentemente relacionados incluem: náuseas e vômitos (2,1%), aumento da tensão nervosa e insônia (1,9%), depressão e fadiga (0,8%), tonturas e delírio (1%), aumento da frequência urinária (0,9%), urticária e dermatites alérgicas (0,6%), aumento de peso (0,4%) e perda de cabelo moderada e reversível (0,3%), mastalgia (2,1%), além de hipermenorreia ou pequenas perdas sanguíneas intermenstruais (0,5%).

Avaliações laboratoriais da Bromosulfotaleína (BSP)
Foi relatada retenção de BSP superior a 5% em 32 pacientes (de um total de 141) nas mulheres nas quais esta avaliação foi realizada. Outros testes de função hepática estavam geralmente normais. A retenção foi usualmente mínima, exceto quando relacionados com a administração prolongada de Serophene® ou com hepatopatia aparentemente não referida. Em algumas pacientes a preexistente retenção de BSP diminuiu, mesmo com a manutenção do tratamento com Serophene®. Uma paciente apresentou icterícia no 19º dia de tratamento; a biópsia hepática revelou êxtase biliar sem evidência de hepatite.

Outras avaliações laboratoriais
Serophene®, quando administrado continuamente por período prolongado, pode interferir com a síntese do colesterol. Nas pacientes tratadas com a droga, nas doses recomendadas, os padrões séricos dos esteroides não foram alterados de forma significativa.
Não foram atribuídas ao Serophene® quaisquer anormalidades significativas sobre os achados hematopoiéticos ou renais, sobre as taxas do iodo ligado à proteína ou do colesterol sérico.

Outras reações adversas
Defeitos congênitos foram relatados em 58 crianças, de 2.369 gestações a termo, em mães que utilizaram Serophene®. Quatro das crianças estariam na categoria abortos/natimortos, 14 foram de gestações múltiplas e as restantes de partos simples. Os defeitos incluíram: Síndrome de Down (5 crianças), lábio leporino e fenda palatina (2 crianças), hipospadia (3
crianças), ectopia testicular (2 crianças), pé torto (4 crianças), malformações gastrointestinais (4 crianças), quadril congênito (2 crianças) e polidactilia (2 crianças-gêmeas). Oito do total das 58 crianças nasceram de 7 dentre as 158 mães que receberam (inadvertidamente) uma série de Serophene®, durante as primeiras 6 semanas de gestação.
Os investigadores não relataram que esses defeitos ocorreram devido à terapêutica. As taxas acumuladas de anormalidades congênitas acima mencionadas não excedem aquelas encontradas na população geral.