Resultados de eficácia suprefact depot

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Um número considerável de estudos demonstram o desempenho da busserrelina no tratamento do câncer de próstata. Os resultados dos principais estudos não-comparativos estão expostos na tabela abaixo:

Referência

Duração da terapia
(meses)

Resposta objetiva dos
pacientes avaliados (%)

Borgmann et al. (1988) 12-54 58/76 (76)
Debruyne et al. (1985) 6-19 20/27 (74)
Debruyne et al. (1988a.b) => 12 29/58 (50)
Fontana et al. (1988) <= 36 14/29 (48)
Hofstette & Schneller (1985) ? 5/10 (50)
Klioze et al. (1988) => 12 66/105 (65)
Koutsilieris & Tolis (1985) 12-32 13/14 (93)
Koutsilieris et al. (1986) ? 39/42 (93)
Presant et al. (1985) ? 22/24 (92)
Presant et al. (1987) 18 (Mediana) 29/33 (88)
Schroeder et al. (1987) ? 32/52 (62)
Wax ma et al. (1985b) 16 (mediana) 25/30 (83)
Wenderoth & Jacobi (1985b) > 12 70/86 (81)
Busserrelina 200 μg/dia subcutâneo    
Block et al. (1985) > 6g 43/47 (91)
Hollander (1985) indefinido 7/10 (70)
Soloway (1988) <= 12 63/142 (44)
von Eschenbach et al. (1985) 11-24 16/19 (84)
Zungri et al. (1985) 6-18 14/18 (78)
Busserrelina 6,6mg implantes subcutâneos    
Waxman et al. (1989) <= 15 25/27 (93)



a Período inicial de administração subcutânea (3 a 7dias) em todos estudos exceto Waxman et al. (1985b) b Bom para os níveis de regressão suficiente (II a VI); ou completo + respostas parciais + estabilização. c Avaliada por meio da Organização Europeia para a Investigação de Critérios de Tratamento de Câncer. (EORTC).
d Alguns pacientes receberam 200µg somente por via subcutânea. e Alguns pacientes receberam 600µg somente por via intranasal. f Alguns pacientes receberam 900µg somente por via intranasal. g 5 pacientes receberam busserrelina intranasal 1200µg diários.
h Resultados de 6 a 27 meses; 47% de sucesso > 27 meses.
i Cerca de 1/3 dos pacientes receberam 1200µg somente por via intranasal. j Somente remissão completa e parcial foi relatada.
k 400-500µg/dia.
No geral, o sucesso do tratamento – definido como regressão total ou parcial de doença ou estabilização – ocorreu em 50 a 93% dos pacientes previamente não-tratados. As respostas endócrinas a esta terapia são consistentemente robustas. Após uma elevação inicial da testosterona plasmática com o uso de busserrelina isolada, os níveis decrescem àqueles adquiridos após castração cirúrgica em 4 semanas. Em dois estudos, realizados pelo mesmo grupo, a taxa de 3 anos de mortalidade em pacientes tratados com buserelina ou orquiectomia foi de 15, 50 e 75% em 1, 2 e 3 anos, respectivamente, não havendo diferenças estatisticamente significantes entre os dois grupos (Koutsilieris & Tolis, Prostate, 1985 e Koutsilieris M et al. Urology, 1986).
Um estudo prospectivo, randomizado de fase III foi realizado para comparar a efetividade e segurança do análogo do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRHa), busserrelina, com o tratamento anti-androgênico convencional em pacientes com metástases dolorosas de câncer de próstata T2-4 Nx M1. Cento e quarenta e nove pacientes foram aleatoriamente alocados em dois grupos: um recebendo busserrelina intra-nasal e o outro recebendo tratamento anti- androgênico convencional. Setenta e dois pacientes receberam busserelina, 22 receberam estrogênios e 46 foram submetidos à orquiectomia. Não houve diferenças estatisticamente significantes em relação à supressão de testosterona ou sobrevida em favor de uma das três modalidades de tratamento. O índice de desempenho melhorou significativamente tanto durante os primeiros meses, quanto após a orquiectomia. Não foi detectado melhora no índice de desempenho durante o tratamento com estrogênios. Este último também falhou no alívio da dor ou nos sintomas gerais do câncer. As principais reações adversas relacionadas à deprivação androgênica foram fogachos e perda de libido. A tolerabilidade, segurança e adesão ao tratamento com busserrelina, apesar da administração intra-nasal, a eficácia e eventos adversos foram completamente comparáveis à eficácia e segurança da orquiectomia. (Bruun E, Frimodt-Moller C. Scand J Urol Nephrol. 1996).
Em outro estudo prospectivo, randomizado de fase III, o grupo EORTC-GU comparou orquiectomia, como tratamento de deprivação androgênica padrão, em pacientes com câncer de próstata avançado (metastático), com o tratamento utilizando o agonista de LHRH busserrelina intra-nasal, combinado ao acetato de ciproterona por 2 semanas ou de maneira contínua. Os três grupos de tratamento não apresentaram diferenças estatisticamente significantes em termos de sobrevida e tempo para progressão. (Voogt HJ, Klijn JG, Studer U, Schröder F, Sylvester R, De Pauw M. J Steroid Biochem Mol Biol. 1990).
No estudo de Waxman et al, 30 pacientes foram randomicamente alocados para serem tratados com acetato de ciproterona (50 ou 100 mg 3x/dia) ou flutamida (250 mg, 3x/dia) administrados 1 semana antes e durante o primeiro mês da administração de busserelina depot. Os níveis séricos de testosterona obtidos mostraram-se em níveis de castração (<2,5 nmol/l) em todos os pacientes, duas semanas após receberem o primeiro implante de busserrelina. Não houve aumento das concentrações de testosterona e LH séricos durante todo o período da terapia. A avaliação de resposta tumoral mostrou sete pacientes com resposta completa ao tratamento, 13 pacientes apresentaram resposta parcial, 5 apresentaram doença estável e 2 pacientes progrediram (93% de taxa de resposta). Este estudo demonstra que a administração de busserrelina 6,6mg, administrada bimensalmente, é efetiva na supressão da testosterona durante um longo período de tratamento (acima de 15 meses). A taxa de resposta a este implante foi semelhante ao esperado pelas terapias previamente realizadas. (Waxman JH et al., 1989).
Um dos parâmetros mais importantes na avaliação de qualidade de vida de pacientes com câncer de próstata metastático é o grau de dor presente, associada com as metástases ósseas. A dor óssea foi observada em diversos estudos envolvendo o uso de busserelina, com uma diminuição significativa e melhora ou estabilização aparente das lesões nos exames cintilográficos, na minoria dos pacientes (em torno de 80%). (Faure et al. Prostate, 1983; Hollander. Mount Sinai Journal of Medicine,1985; Koutsilieris & Tolis. Prostate,1985; Presant et al. Cancer, 1987; Wenderoth & Jacobi., 1985).