Características farmacológicas ultraproct ldo

Ultraproct LDO com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de Ultraproct LDO têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com Ultraproct LDO devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



Farmacodinâmica
Grupo farmacoterapêutico: agentes anti-hemorroidáriostópicos. Código ATC: C05AX03
Ultraproct® LDO não elimina as causas do desenvolvimento de hemorroidas, fissuras anais e proctites. Se as hemorroidas estiverem acompanhadas de sintomas de inflamação e pele eczematosa, o uso combinado de Ultraproct® LDO creme e supositório pode ser recomendado.

– pivalato de fluocortolona
O pivalato de fluocortolona inibe as reações alérgicas e inflamatórias da pele, aliviando os sintomas subjetivos como prurido, ardor e dor. Esta substância reduz a dilatação dos capilares, o edema das células intersticiais e a infiltração dos tecidos. A proliferação capilar é inibida.

– cloridrato de lidocaína
O cloridrato de lidocaína é um anestésico local padrão que tem sido usado há muitos anos. Como esta substância apresenta efeitos analgésicos e antipruriginosos, ela tem sido efetiva quando administrada na forma de pomadas e supositórios no tratamento de hemorroidas. A supressão da dor e do prurido é devida à inibição das vias nervosas aferentes por esta substância.

Farmacocinética
Ultraproct® LDO creme e supositório são preparações tópicas que demonstram efeitos anti-inflamatório, analgésico e antipruriginoso no local de aplicação. As substâncias ativas se difundem das formulações para o tecido inflamado, são parcialmente absorvidas, distribuídas pelo sistema circulatório, metabolizadas e finalmente excretadas. Para obter o efeito terapêutico local, níveis plasmáticos farmacologicamente efetivos não são necessários. Para avaliar os riscos dos efeitos sistêmicos após aplicação retal de Ultraproct® LDO, uma série de estudos voluntários foram realizados.

– pivalato de fluocortolona
Após uma aplicação retal única de 1 grama de creme e um supositório, respectivamente aos voluntários, o corticosteroide não foi completamente absorvido. Durante a aplicação em voluntários de 2 supositórios, 3 vezes ao dia, por 4 semanas, níveis plasmáticos sistemicamente efetivos de fluocortolona não foram atingidos no estado de equilíbrio.
Os 21-ésteres de corticoide como o 21-pivalato de fluocortolona são hidrolizados em esteroides livres e o respectivo ácido graxo, ainda durante a absorção ou imediatamente após por esterases onipresentes.
A fluocortolona é excretada na forma de seu metabólito, principalmente pela urina. Após administração intravenosa, uma meia-vida plasmática de aproximadamente 1,3 horas e 4 horas foi determinada para a fluocortolona e seus metabólitos, respectivamente.

– cloridrato de lidocaína
A lidocaína não é completamente absorvida e a sua biodisponibilidade após a aplicação retal do creme e do supositório é de 30% e 24% da dose administrada, respectivamente.
Após administração intravenosa, a lidocaína é eliminada do plasma com meia-vida de eliminação de 1 a 2 horas. A lidocaína é metabolizada no organismo humano pela N-desalquilação oxidativa, hidrólise da amida ligada e hidroxilação do anel aromático a4-hidroxi-2,6-xilidina, a qual representa a maior quantidade de metabólito eliminada na urina (cerca de 70% da dose).

Dados de Segurança Pré-clínicos
– Toxicidade aguda
Baseado nos resultados de estudos convencionais de toxicidade aguda, nenhum risco específico aos humanos é esperado com o uso terapêutico.

– Toxicidade crônica e subcrônica
Foram realizados estudos de toxicidade para avaliar a tolerância sistêmica após repetidas aplicações retal e dérmica das substâncias ativas. Os principais efeitos foram os sintomas típicos relacionados à superdose de glicocorticosteroides ou anestésicos locais. Os dados obtidos referentes a absorção e biodisponibilidade das duas substâncias ativas indicaram entretanto, que nenhuma concentração sistêmica farmacologicamente eficaz é esperada se Ultraproct® LDO for administrado de acordo com a prescrição médica.

– Toxicidade reprodutiva
Considerando os estudos de embriotoxicidade com fluocortolona / hexanoato de fluocortolona e cloridrato de lidocaína, efeitos teratogênicos e embriotóxicos em humanos não são esperados com o uso de Ultraproct® LDO.
Entretanto, com sistemas de testes apropriados, os glicocorticosteroides levam a efeitos teratogênicos e embriotóxicos, tais como, fendas orais, malformações esqueléticas, retardos no crescimento intrauterino e mortalidade embrionária. Em vista destes resultados, cuidados especiais devem ser tomados quando Ultraproct® LDO for prescrito durante a gravidez. Os resultados de estudos epidemiológicos aparecem resumidos no item “5. Advertências e Precauções”, Gravidez e lactação.
Em experimentos animais existem indícios de que a administração de glicocorticoides sistêmicos durante a gravidez pode contribuir com os efeitos após o nascimento, tais como, doenças cardiovasculares e/ou metabólicas e alterações permanentes na densidade dos receptores de glicocorticoides, reposição dos neurotransmissores e no comportamento dos descendentes. A relevância desses resultados em seres humanos é desconhecida.

– Genotoxicidade e carcinogenicidade
Estudos in-vivo e in-vitro não apresentaram indicação relevante quanto ao potencial genotóxico da fluocortolona.
Estudos específicos sobre a tumorigenicidade com a fluocortolona / pivalato de fluocortolona não foram realizados. Assim, com base no mecanismo de ação farmacodinâmico, na falta de evidência de potencial genotóxico, na estrutura química e nos resultados dos estudos de toxicidade crônica, não há suspeita de risco tumorigênico relacionado com o uso terapêutico da fluocortolona.
Até o presente momento não existem indicativos de que a lidocaína seja mutagênica. No entanto, existem evidências de que um metabólito da lidocaína, 2,6-xilidina, que ocorre em ratos e possivelmente também em humanos, possa ter um efeito mutagênico. Estas evidências são baseadas em testes in-vitro nos quais este metabólito foi usado em alta concentração, considerada quase tóxica.
Em um estudo carcinogênico em ratos com exposição transplacentária e 2 anos de tratamento pós- parto com altas doses de 2,6-xilidina, tanto tumores malignos quanto benignos, especialmente na cavidade nasal (etmoturbinal), foram observados. Embora seja improvável que esses achados possam ser relevantes para os humanos, a lidocaína não deve ser administrada em altas doses e por tempos prolongados.

– Tolerância local
As investigações de tolerância local realizadas na pele e na mucosa não apresentaram qualquer alteração além dos efeitos tópicos já conhecidos para o glicocorticoides.
Investigações experimentais para a detecção de possíveis efeitos sensibilizantes não foram realizadas com as substâncias ativas de Ultraproct® LDO. Dados de literatura sugerem que as substâncias ativas, assim como os componentes da formulação, poderiam ser responsáveis por reações alérgicas da pele observadas, somente esporadicamente, com o uso de Ultraproct®LDO. No entanto, somente é esperado que Ultraproct® LDO provoque alergias de contato em casos raros.