Características farmacológicas novofer ped

NOVOFER PED com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de NOVOFER PED têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com NOVOFER PED devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



Novofer Ped na forma farmacêutica suspensão oral por mL contém 52,632 mg de glicinato férrico, o que equivale a 10 mg de ferro elementar.
O objetivo terapêutico fundamental de Novofer Ped é o de proporcionar ferro, que é um mineral essencial ao organismo e indispensável à constituição da hemoglobina, mioglobina e enzimas, tais como xantino-oxidase, citocromoxidase e outras, em forma facilmente assimilável e em quantidade suficiente para corrigir a anemia ferropriva e restabelecer os índices normais de armazenamento de ferro corporal. Novofer Ped, ao fornecer ferro sob a forma de glicinato férrico, apresenta inúmeras vantagens sobre outros sais de ferro, como maior absorção do mineral e estabilidade molecular, elevação mais rápida dos níveis e dos estoques de ferro e maior segurança em relação à toxicidade, o que permite a realização de uma terapêutica mais eficaz e por períodos mais curtos para a correção da anemia ferropriva.

Propriedades farmacocinéticas:
O mecanismo de absorção do ferro é bastante complexo, vários processos agem juntos para prevenir o desenvolvimento da deficiência de ferro ou seu acúmulo no organismo, mantendo o balanço do nutriente em estado normal. A quantidade de ferro absorvida varia em razão das quantidades de ferro não-heme e heme na dieta, de sua biodisponibilidade e da natureza da dieta em termos de fatores estimuladores ou inibidores de absorção. A absorção de ferro do trato gastrointestinal é altamente regulada. A porcentagem de absorção está relacionada com a forma do sal, dose e regime posológico, quantidade administrada e dimensão dos estoques de ferro. Sujeitos com estoques normais de ferro absorvem 10% a 35% da dose de ferro ingerida. Já as pessoas deficientes em ferro podem absorver até 95% da dose de ingerida do mineral.
Na sua forma normal, os minerais são difíceis de serem absorvidos através do intestino, em razão de sua carga elétrica, da área de absorção intestinal limitada, do pH, de outros conteúdos intestinais e da disponibilidade de cofatores de absorção. Peptídeos e proteínas pequenas são mais fáceis de serem absorvidos pelo organismo. No estômago, minerais inorgânicos são solubilizados e podem combinar-se com aminoácidos para tirar vantagem da afinidade do intestino para a absorção de proteína. O ferro aminoácido quelato é uma forma molecular de antecipar a ação do estômago, ao produzir minerais compostos de baixo peso molecular, os quais são ligados a aminoácidos, para produzir quelatos de natureza idêntica que possam passar facilmente através da parede intestinal. O processo de quelação resulta em um composto mineral sem carga elétrica.
Normalmente, quando um mineral é clivado a partir do seu carreador no estômago, o mineral se torna um íon carregado que pode bloquear a absorção de outros nutriente ou combinam-secom outros fatores dietéticos para formar compostos absorvíveis. Isto é particularmente verdadeiro para o ferro, que pode desativar nutrientes tais como a vitamina E, ácido ascórbico e a captação de blocos de minerais como o cálcio. No entanto, o processo de quelação do ferro aminoácido quelato garante que o ferro não reaja com outros nutrientes e seja entregue ao intestino para absorção.
Os minerais quelatos são formados por um íon metal unido por ligações coordenadas covalentes no grupo amino e coordenadas covalentes e/ou iônicas no grupo carboxila, formando um anel heterocíclico com pelo menos um ligante não metálico, geralmente um aminoácido que deverá ser eletricamente neutro. Sua característica é de apresentar grande estabilidade molecular, mas que permita a hidrolização do ferro com transporte aos tecidos, alto padrão de absorção não dependente da acidificação gástrica, baixo índice de eventos adversos e resistência às substâncias sequestradoras da dieta.
Em comparação com o sulfato ferroso, o ferro quelato é absorvido na mucosa intestinal cerca de 5.3 vezes mais. A dose terapêutica usual de ferro resulta num aumento de 0.15 a 0.25 g de hemoglobina/dL/dia. Na forma de ferro amino ácido quelato, o conteúdo de Novofer Ped suspensão oral, disponibiliza 10 mg de ferro elementar em cada mL, e oferece um perfil de absorção em torno de 39% a 46% (em água), bastante superior ao sulfato ferroso e discretamente superior ao bisglicinato ferroso.
Uma vez absorvido pela mucosa intestinal, o ferro aminoácido quelato é hidrolizado e ocorre a liberação do íon ferro na célula da mucosa intestinal. No enterócito, o ferro ionizado (na forma ferrosa) é transferido para as proteínas citosólicas mobilferrina e paraferritina. A paraferritina transporta o ferro até a superfície serosa do enterócito de onde é transportada para a circulação portal. O ferro ferroso é mais biodisponível do que o ferro férrico. Na circulação portal, o ferro ferroso (Fe++) é oxidado ao ferro férrico (Fe+++) por uma proteína contendo cobre, a cerulopasmina. O ferro férrico é ligado à transferrina e é transportado na circulação portal do fígado para, posteriormente, ser distribuído para todos os tecidos do corpo. O ferro é excretado na urina (vestígios). Apenas quantidades vestigiais de ferro dextrano inalterado são encontradas nas fezes.

Propriedades Farmacodinâmicas
O ferro é necessário para a produção de hemoglobina. A deficiência desse mineral pode levar a diminuição da produção de hemoglobina e a anemia microcítica e hipocrômica. A maior atividade suplementar de ferro é na prevenção e tratamento de anemia por deficiência de ferro. O ferro possui um possível efeito na imunidade, em atividades anticarcinogênicas e na cognição. O ferro pode ser encontrado sob duas formas: ferrosa (Fe++) e férrica (Fe+++) e seu conteúdo corpóreo é de três a cinco gramas, sendo que parte desempenha funções metabólicas e oxidativas (70% a 80%) e outra parte encontra-se sob a forma de armazenamento como ferritina e hemossiderina no fígado, baço e medula óssea (20% a 30%).
Mais de 65% do ferro corporal encontra-se na hemoglobina, cuja principal função é o transporte de oxigênio e gás carbônico. Na hemoglobina, um átomo de ferro divalente encontra-se no centro do núcleo tetrapirrólico (protoporfirina IX), formando-se o núcleo heme. O ferro, portanto, é indispensável na formação da hemoglobina. Além disso, o ferro participa na composição da molécula de mioglobina do tecido muscular e atua como cofator de reações enzimáticas no ciclo de Krebs (responsável pelo metabolismo aeróbio dos tecidos) e na síntese de purinas, carnitina, colágeno e neurotransmissores cerebrais. O ferro faz parte da composição das flavoproteínas e das heme proteínas catalase e peroxidase (presentes nos eritrócitos e hepatócitos). Essas enzimas podem ser apontadas como responsáveis pela redução do peróxido de hidrogênio produzido no organismo. Atualmente, também se pode estabelecer que o ferro está envolvido nas reações de conversão do beta-caroteno para a forma ativa da vitamina A, fato esse que explica, em parte, a importante interação entre esses micronutrientes.
A vantagem do ferro aminoácido quelato sobre outras formas de ferro suplementar é que sua maior biodisponibilidade na mucosa intestinal resulta em maior quantidade de ferro a ser rapidamente transportada para tecidos-alvo com segurança, em momentos de maior necessidade. Esse potencial permite que menores doses de ferro suplementar sejam necessárias para atingir resultados fisiológicos, o que pode resultar em menores taxas de queixas gastrintestinais e reduzidos riscos de intoxicação ou superdosagem de ferro.