Resultados de eficácia terizidex

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Vários estudos foram efetuados com a terizidona, demonstrando sua eficácia em relação a outros tratamentos no combate à tuberculose. Um destes, foi o estudo efetuado no Departamento de Tisiologia da Universidade de Gênova:
“Resultados terapêuticos e tolerabilidade da terizidona, derivado da D-cicloserina, em tuberculose pulmonar – S.Valenti; M. De Palma; A. Cinquegrama; P. Cattaneo – Pneumologica, 8 (1967), 447 – 505. Sumário
No Departamento de Tisiologia da Universidade de Gênova foram conduzidos ensaios clínicos com um derivado da D-Cicloserina conhecido como terizidona, quimicamente 1,4-bis- D—(oxo-4-isoxazolidinil-iminometil)-benzeno.
Nossa proposta era conseguir a eficácia’ clínica desta droga na tuberculose humana, e sua tolerabilidade, comparada com a própria D-cicloserina – cujas conseqüências tóxicas sobre os sistemas nervosos central e periférico são bem conhecidas. Nós administramos terizidona a um total de 111 pacientes (70 homens e 41 mulheres) sofrendo de tuberculose pulmonar. Destes, 64 possuíam formas clínicas de surgimento recente – já tratados com um primeiro ciclo de terapia quimio-antibiótica, e os 47 pacientes remanescentes apresentavam formas crônicas, que tinham sido previamente tratadas por longos períodos com outras drogas, somente com resultados temporários.
Nas formas clínicas recentes, a terizidona foi administrada como uma alternativa à estreptomicina, isoniazida ou PAS, de forma a consolidar imparcialmente as situações clínicas e radiológicas. No segundo grupo, o tratamento foi efetuado ou para tuberculose cavitária crônica e avivamento de antigas lesões (73% dos casos) ou por causa da descoberta da resistência bacteriológica a outras drogas (27%). A droga foi dada oralmente no total de 750 mg diariamente, dividida em 3 doses; somente 10 pacientes receberam 1 g diariamente. Em um pouco mais da metade dos casos, a terizidona foi associada com outras drogas antimicobacterianas.
O tratamento foi continuado por diversos meses em quase todos os casos; a maioria dos pacientes foi tratada por não menos do que 5 meses, com uma dose total de cerca de 110 gramas. No primeiro grupo de pacientes, houve uma melhora clínica notável em 25% dos casos; os escarros se tornaram bacteriologicamente negativos para bacilos de Koch em 84% dos 32 casos formalmente positivos; os resultados radiológicos foram excelentes em 59% dos casos, regulares em 31% e imutáveis em 9,3%. No segundo grupo, houve uma melhora clínica apreciável em 46,8% dos casos, resultados regulares em 21,3%, e nenhum ganho em 31,9%; os escarros se tornaram Koch-negativos em 60% dos 30 casos formalmente positivos; os resultados radiológicos foram bons em 31,9% dos casos; regulares em 31,9%, imutáveis em 21,3% e agravados em 14,8%. Todos esses resultados foram conseguidos de 6 meses a um ano após o fim com o tratamento com a terizidona. Em geral, os efeitos terapêuticos obtidos com tratamento de longa duração com terizidona, sozinha ou associada com outras drogas, foram definitivamente favoráveis, em ambas as formas: de surgimento recente e em formas crônicas.
No caso de formação recente, a normalização dos índices biológicos e clínicos, as regressões das lesões específicas e a consolidação dos resultados obtidos com tratamentos prévios foram mais evidentes. Nos casos crônicos, houve menos evidência e os mesmos demoraram a aparecer; entretanto, mesmo nesta categoria de pacientes, os resultados foram, de maneira geral, bons, particularmente se for levada em conta a relativa ineficácia de outros tratamentos. Comparada à cicloserina, a terizidona provou ser adequada à administração em longos períodos, em dosagens terapeuticamente eficazes, com apreciável isenção de efeitos adversos gerais e, particularmente de distúrbios neuropsíquicos, freqüentemente associados com o uso de cicloserina. A boa tolerabilidade da terizidona foi confirmada por exames freqüentes neurológicos e de EEG.
Alterações neuropsíquicas foram observadas numa percentagem relativamente baixa de casos (12,6%) e consistiram em leves distúrbios usualmente diminuídos espontaneamente com a continuação do tratamento, o que foi possível em quase todos os casos. Concluindo nossa experiência clínica com a terizidona, corroborada por verificações de longos períodos, de nossos pacientes, indicando a estabilidade dos resultados obtidos, nos permite expressar uma opinião grandemente favorável para o valor da droga e seu uso prático, particularmente em consideração à tolerabilidade. Parece seguro concluir que a terizidona empresta a si mesma a uma extensa exploração como uma droga para a tuberculose humana. Seguindo a confirmação adequada de nossos dados, a terizidona pode vantajosamente substituir a cicloserina, da qual duplica a eficácia clínica enquanto oferece uma maior segurança e flexibilidade no uso clínico.”