Características farmacológicas alfalutropina

Alfalutropina com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de Alfalutropina têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com Alfalutropina devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



1. PROPRIEDADES FARMACODIN-MICAS A alfalutropina é o hormônio luteinizante humano recombinante, uma glicoproteína composta por duas sub-unidades, a e b, ligadas de forma não covalente. O hormônio luteinizante liga-se às células da teca (e da granulosa) ovarianas e às células de Leydig testiculares, num receptor partilhado com o hormônio gonadotropina coriônica humana (hCG). Este receptor transmembranar LH/CG é membro da super-família dos receptores binários da proteína G; especificamente, tem um grande domínio extra-celular. In vitro, a afinidade de ligação do hLH recombinante ao receptor LH/CG nas células tumorais de Leydig (MA-10) encontra-se entre a da hCG e a do hLH hipofisário, mas dentro da mesma ordem de grandeza. No ovário, durante a fase folicular, o LH estimula as células da teca para segregar androgênos, que serão usados como substrato pela enzima aromatase das células da granulosa para produzir estradiol, favorecendo o desenvolvimento folicular induzido pelo FSH. Na metade do ciclo, níveis elevados de LH desencadeiam a formação do corpo lúteo e a ovulação. Após a ovulação, o LH estimula a produção de progesterona no corpo lúteo, aumentando a conversão do colesterol em pregnenolona. Na estimulação do desenvolvimento folicular em mulheres anovulatórias com insuficiência de LH e FSH, o efeito primário resultante da administração de alfalutropina consiste num aumento da secreção de estradiol pelos folículos, cujo crescimento é estimulado pela FSH. Nos ensaios clínicos, as pacientes foram selecionadas por um nível sérico de LH endógeno menor que 1,2 UI/litro, avaliada num laboratório central. Contudo, deve-se ter em consideração que existem variações nas medições de LH realizadas em laboratórios diferentes. Nestes ensaios clínicos, a taxa de ovulação por ciclo foi de 70-75%. A terapêutica combinada de r-hLH e r-hFSH não foi diretamente comparada com o tratamento com hMG. 2. PROPRIEDADES FARMACOCINÉTICAS A farmacocinética da alfalutropina foi estudada em mulheres voluntárias em que se procedeu à supressão da hipófise, em doses de 75 UI até 40.000 UI. O perfil farmacocinético da alfalutropina é semelhante ao do hLH de origem urinária. Após a administração intravenosa, alfalutropina é rapidamente distribuída com uma meia-vida inicial de aproximadamente uma hora e eliminada do organismo com uma meia-vida terminal de cerca de 10-12 horas. O volume de distribuição em estado estacionário é cerca de 10-14 litros. Alfalutropina apresenta uma farmacocinética linear, conforme avaliado pela área sob a curva (AUC), a qual é diretamente proporcional à dose administrada. A depuração total é de cerca de 2 litros/h, e menos de 5% da dose é excretada na urina. O tempo de permanência médio é de, aproximadamente, 5 horas. Após administração subcutânea, a biodisponibilidade absoluta é de aproximadamente 60%; a meia-vida terminal é ligeiramente mais prolongada. A farmacocinética da alfalutropina, após administração única e repetida de Luveris, é comparável e a taxa de acumulação do alfalutropina é mínima. Não há interação farmacocinética com a alfafolitropina quando administradas simultaneamente. DADOS DE SEGURANÇA Foram efetuados estudos toxicológicos extensos com alfalutropina em várias espécies animais. Incluíram o tratamento diário de ratos e macacos com alfalutropina durante um período de três meses, que resultou em efeitos morfológicos e farmacológicos bem conhecidos relacionados com o LH. Não foi observada toxicidade em qualquer das espécies. Conforme esperado da natureza protéica heteróloga do hormônio, alfalutropina aumentou uma resposta de anticorpos em animais experimentais após um período que reduziu os níveis mensuráveis de LH no soro, mas não impediu totalmente a sua ação biológica. Não foram observados sinais de toxicidade devido ao desenvolvimento de anticorpos à alfalutropina. Com doses de 10 UI/kg/dia e superiores, a administração repetida de alfalutropina em ratas e coelhas grávidas causou diminuição da função reprodutiva, incluindo perda de substâncias dos fetos e reduçao do ganho de peso das fêmeas. Contudo, não se observou teratogênese relacionada com o medicamento em qualquer das espécies animais. Outros estudos demonstraram que alfalutropina não é mutagênica. Após a administração intravenosa de alfalutropina radiomarcada em ratas, a captação nos tecidos igualou o perfil plasmático de radioatividade, apenas com uma forte afinidade para os ovários em ratas grávidas. A penetração fetal da radioatividade foi baixa. Em ratas lactantes, a radioatividade no leite foi superior ou igual à do plasma. Devido à natureza protéica heteróloga, alfalutropina produziu reações alergênicas moderadas em cobaias após administração intravenosa. Pela mesma razão, foi observada uma ligeira sensibilização em cobaias após administração intradérmica.