Interações medicamentosas cardizem

CARDIZEM com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de CARDIZEM têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com CARDIZEM devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



Pode ocorrer interação medicamentosa se usado diltiazem com os seguintes medicamentos:
– anti-hipertensivos (como ácido nítrico): os efeitos anti-hipertensivos podem ser intensificados. A pressão arterial deve ser aferida periodicamente para ajuste da dose.
– betabloqueadores (como bisoprolol, propranolol, atenolol): efeitos inotrópicos negativos e efeitos anti-hipertensivos intensificados, causando depressão da estimulação cardíaca e da condução cardíaca resultando em bradicardia, insuficiência cardíaca, hipotensão severa, bloqueio atrioventricular significativo, bloqueio sinoatrial, principalmente em pacientes com baixo desempenho cardíaco. A monitoração de frequência cardíaca, pressão arterial e atenção aos sinais clínicos de insuficiência cardíaca são fundamentais, principalmente em pacientes com comprometimento ventricular esquerdo clinicamente importante.
Foram relatados prolongamento do segmento QT e arritmia ventricular na coadministração de terfenadina com outros agentes antiarrítmicos (fosfato de disopiramida). Deve se ter um cuidado maior na tríplice administração de diltiazem, digitálicos e betabloqueadores.
– preparados digitálicos (digoxina, metildigoxina): aumenta as concentrações plasmáticas dos digitálicos em cerca de 20 a 50%, devido à diminuição da depuração renal dos digitálicos, intensificando a depressão da estimulação cardíaca e condução cardíaca. Pode ocorrer bradicardia, bloqueio atrioventricular, além de sintomas tóxicos (como náusea, vômitos, cefaleia, tontura, visão anormal). A presença ou ausência de toxicidade digitálica deve ser observada periodicamente e acompanhado de monitoramento cuidadoso, incluindo eletrocardiograma. As concentrações sanguíneas dos digitálicos devem ser medidas conforme necessário, e a dose ajustada. Deve ser dada particular atenção à terapia tríplice de diltiazem, digitálicos e betabloqueadores.
– agentes antiarrítmicos (amiodarona, mexiletina): a amiodarona aumenta de forma significante as concentrações plasmáticas de diltiazem, intensificando assim a depressão da estimulação cardíaca e condução cardíaca, podendo ocorrer bradicardia, bloqueio atrioventricular, parada sinusal e redução do débito cardíaco com risco à vida. O pulso deve ser verificado periodicamente, e realizado eletrocardiograma conforme necessário.
O diltiazem é metabolizado principalmente pela enzima 3A4 (CYP3A4) do citocromo P450 e é um potencial inibidor competitivo da oxidação hepática pelo sistema do citocromo P450, ele reduz a depuração e prolonga a meia-vida de eliminação de fármacos metabolizados via citocromo P450, sendo assim, ele aumenta as concentrações sanguíneas desses fármacos:
– antagonistas do cálcio diidropiridínicos (nifedipino, anlodipino): aumento da concentração sanguínea do antagonista do cálcio diidropiridínico, podendo ocorrer efeito anti-hipertensivo intensificado. Os sintomas clínicos devem ser periodicamente observados.
– midazolam (sedativo hipnótico): aumento das concentrações sanguíneas de midazolam, podendo ocorrer aumento dos efeitos sedativos e hipnóticos.
– carbamazepina (antiepiléptico, antimaníaco): aumento das concentrações sanguíneas de carbamazepina, podendo ocorrer sonolência, náusea, vômitos e tonturas. Há relatos de toxicidade do SNC em pacientes epilépticos, nestes casos a substituição do diltiazem pelo nifedipino elimina estes efeitos.
– selegilina (antiparkinsoniano): pode ter seus efeitos tóxicos intensificados.
– teofilina (broncodilatador): aumento das concentrações sanguíneas de teofilina, podendo ocorrer náusea, vômitos, cefaleia e insônia.
– cilostazol (antiplaquetário): pode ter seus efeitos intensificados.
– vinorelbina (usado no câncer): pode ter seus efeitos intensificados.
– ciclosporina (imunossupressor): aumento das concentrações sanguíneas de ciclosporina cerca de 25 a 100%, podendo ocorrer problemas renais como nefrotoxicidade, sendo necessária a redução da dose.
– tacrolimo (imunossupressor): aumento das concentrações sanguíneas de tacrolimo, podendo ocorrer distúrbios renais.
– fenitoína (antiepiléptico): aumento das concentrações sanguíneas de fenitoína, podendo ocorrer ataxia, tonturas, nistagmo. A fenitoína pode estimular o metabolismo de diltiazem, diminuindo assim sua concentração sanguínea e consequentemente seu efeito.
– estatinas (usadas para tratamento das dislipidemias): aumento das concentrações plasmáticas das estatinas, que por sua vez leva a ocorrências de eventos adversos do tipo mialgia, miopatia e raros casos de rabdomiólise.
– cimetidina (antagonista do receptor H2) e inibidores da protease de HIV (ritonavir, saquinavir): inibem a enzima metabolizadora, aumentando as concentrações sanguíneas de diltiazem. Pode ocorrer aumento do efeito anti-hipertensivo e bradicardia. – drogas anestésicas (isofluorano, enflurano, halotano): a depressão da estimulação cardíaca e condução cardíaca e vasodilatação podem ser intensificadas, podendo ocorrer bradicardia, bloqueio atrioventricular, parada sinusal. Recomenda-se dosagem cuidadosa quando administradas concomitantemente e seu eletrocardiograma deve ser monitorado.
– relaxantes musculares (pancurônio): diltiazem pode inibir a liberação de acetilcolina das terminações pré-sinápticas da junção neuromuscular, intensificando os efeitos dos relaxantes musculares. Deve se ter cautela na administração concomitante.
– imipramina: o diltiazem aumenta em 30% a biodisponibilidade da imipramina, portanto pacientes em uso concomitante desta medicação devem ser monitorados de perto quanto a sinais e sintomas de toxicidade da imipramina.
Os sintomas clínicos devem ser periodicamente observados. Em casos de anormalidades a dose deve ser reduzida ou o uso interrompido.
– rifampicina (tuberculose): diminui as concentrações sanguíneas de diltiazem, podendo seus efeitos estar diminuido. Se forem observadas anormalidades, pode ser necessário aumentar a dose do diltiazem ou trocar para outros fármacos.
– anti-inflamatórios, não hormonais, especialmente a indometacina, pode antagonizar o efeito do diltiazem.