Reações adversas doxorrubicina

DOXORRUBICINA com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de DOXORRUBICINA têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com DOXORRUBICINA devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



As toxicidades dose-limitantes da terapia são a mielossupressão e a cardiotoxicidade.
Cardiotoxicidade: a cardiotoxicidade antraciclina-induzida pode se manifestar por eventos do tipo agudo ou tardio. A cardiotoxicidade aguda da doxorrubicina consiste principalmente em taquicardia sinusal e anormalidades no EGC. Contrações ventriculares prematuras, taquicardia ventricular, bradicardia, bloqueios atrioventricular e do feixe atrioventricular também foram observados. Com exceção das disritmias cardíacas malignas, esses efeitos não são geralmente preditivos de desenvolvimento de cardiotoxicidade tardia subsequente, são raramente de importância clínica e não são considerados indicação para suspensão do tratamento. A cardiotoxicidade tardia é dosecumulativa dependente e é representada por uma cardiomiopatia característica que clinicamente é manifestada por sintomas/sinais de disfunção ventricular/ICC – como dispneia, edema pulmonar, edema gravitacional (por exemplo, tornozelo), hepatomegalia, ascite, efusão pleural, ritmo de galope. A cardiotoxicidade tardia se envolve principalmente durante o curso da terapia com doxorrubicina ou em até 2-3 meses após a terapia, mas ocorreram eventos tardios (muitos meses e anos após o término da terapia). Efeitos subagudos tais como pericardite/miocardite também foram observados.
Reações cutâneas e de hipersensibilidade: alopecia completa e reversível na maioria dos casos tratados. Eritemas (com administração rápida), hiperpigmentação da pele e unhas e hipersensibilidade à pele irradiada (“radiation recall reaction”), pregas dérmicas primariamente em crianças e onicólise também podem ocorrer. Urticária e anafilaxia têm sido observadas; os sinais/sintomas dessas reações podem variar de “rash” cutâneo e prurido à febre, arrepios e choque. Relatou-se também síndrome de mão-pé e um caso de aparente hipersensibilidade cruzada com lincomicina.
Toxicidade gastrintestinal: náusea e vômitos agudos ocorrem frequentemente, podem ser graves, levando à desidratação e são amenizados pela terapia antiemética. Mucosite (estomatite e esofagite) pode ocorrer cerca de 5-10 dias após a administração. As manifestações clínicas da mucosite incluem dor e sensação de queimação, eritema, erosões ulcerativas, sangramento. Os efeitos podem ser graves, levando à ulceração e necrose do cólon, especialmente o ceco, representando um sítio de origem de infecções graves. A estomatite geralmente aparece logo após a administração e, se grave, pode progredir à ulceração de mucosa, a maioria dos pacientes se recupera desse efeito adverso na terceira semana de tratamento. O esquema de dosagem em que doxorrubicina é administrada em três dias consecutivos causa uma incidência e gravidade maiores de mucosite. Anorexia, diarreia e dor abdominal têm sido ocasionalmente relatadas.
Efeitos no local de injeção: estria eritematosa pela veia infundida é comum e pode ocasionar flebite local ou tromboflebite. Pode ocorrer fleboesclerose por administração em vaso pequeno ou por aplicações repetidas na mesma veia. No caso de extravasamento perivenoso ocorrem dor local, celulite grave, vesicação, lesões teciduais graves e necrose (vide “Posologia”).
Efeitos hematológicos/Medula óssea: as manifestações predominantes da toxicidade de doxorrubicina são a leucopenia e granulocitopenia (neutropenia), representando a toxicidade aguda dose-limitante do fármaco (vide “Advertências e Precauções”).
Trombocitopenia e anemia também podem ocorrer. As consequências clínicas da toxicidade hematológica e sobre a medula óssea da doxorrubicina podem ser febre, infecção, septicemia, choque séptico, hemorragia, hipóxia tecidual ou morte.
Antibióticos por via intravenosa devem ser administrados no caso de neutropenia febril.
Raramente foi relatada leucemia mieloide aguda secundária, com ou sem fase préleucêmica raramente em pacientes tratados concomitantemente com doxorrubicina e agentes antineoplásicos que causam dano ao DNA. Essas leucemias podem apresentar curto período de latência (1-3 anos).
Efeitos neurológicos: neurotoxicidade periférica na forma de distúrbios sensoriais locoregionais têm sido relatados em pacientes tratados com doxorrubicina por via intra-arterial, principalmente na combinação com cisplatina. Foi relatada tontura em um paciente recebendo uma dose muito alta de doxorrubicina (2 a 3 vezes a dose recomendada) em combinação com alta dose de ciclofosfamida.
Outras reações adversas: ocorrem raramente conjuntivite e lacrimejamento. Outras reações adversas incluem mal-estar/astenia e hiperuricemia. Amenorreia e azoospermia também podem ocorrer. A administração da doxorrubicina por via intravesical pode acarretar aumento da cistite química e da constrição da bexiga, além de hematúria, ardor e dor na bexiga e na uretra, disúria e micção frequente. Essas reações são habitualmente de intensidade moderada e de curta duração.