Características farmacológicas implanon

IMPLANON com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de IMPLANON têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com IMPLANON devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



Propriedades farmacodinâmicas
Implanon é um implante subdérmico, não biodegradável, contendo etonogestrel, que é o metabólito biologicamente ativo do desogestrel, progestagênio largamente usado em contraceptivos orais (CO). É estruturalmente derivado da 19-nortestosterona e liga-se com alta afinidade aos receptores de progesterona nos órgãos-alvo. O efeito contraceptivo de Implanon se dá principalmente por inibição da ovulação. Não foram observadas ovulações nos primeiros 2 anos de uso e só raramente no terceiro ano. Além da inibição da ovulação, Implanon também causa alterações no muco cervical que impedem a passagem de espermatozoides. Os estudos clínicos foram conduzidos em mulheres com idades entre 18 e 40 anos. Embora não tenha sido feita nenhuma comparação direta, a eficácia contraceptiva de Implanon pareceu ser, pelo menos, comparável àquela dos contraceptivos orais combinados. Esse alto grau de proteção contra a gravidez é obtido porque, entre outras razões, em comparação aos CO, a ação contraceptiva de Implanon não depende da ingestão regular de comprimidos. A ação contraceptiva de Implanon é reversível, o que é perceptível através do rápido retorno ao ciclo menstrual normal após a remoção do implante. Embora Implanon iniba a ovulação, a atividade ovariana não é totalmente suprimida. A concentração média de estradiol permanece acima do nível observado na fase pré-folicular. Em estudo de 2 anos, no qual a densidade mineral óssea de 44 usuárias de Implanon foi comparada com a do grupo-controle de 29 usuárias de DIU, não foram observados efeitos adversos sobre a massa óssea. Durante o uso de Implanon, não foram observados efeitos clinicamente relevantes sobre o metabolismo lipídico. O uso de contraceptivos contendo progestagênios pode ter um efeito sobre a resistência à insulina e sobre a tolerância à glicose. Estudos clínicos também mostraram que as usuárias de Implanon frequentemente têm sangramento menstrual menos doloroso (dismenorreia).

Propriedades farmacocinéticas
Absorção – após a inserção de Implanon, o etonogestrel é rapidamente absorvido pela circulação. As concentrações que inibem a ovulação são atingidas em 1 dia. As concentrações séricas máximas (entre 472 e 1270 pg/ml) são atingidas entre 1 e 13 dias. A taxa de liberação do implante diminui com o tempo. Como resultado, as taxas séricas diminuem rapidamente durante os primeiros meses. No fim do primeiro ano, a concentração média é cerca de 200 pg/mL (intervalo de 150 a 261 pg/ml), decrescendo lentamente a 156 pg/ml (intervalo de 111 a 202 pg/ml) no final do terceiro ano. As variações observadas nas concentrações séricas podem ser parcialmente atribuídas a diferenças no peso corpóreo.

Distribuição – 95,5 a 99% do etonogestrel liga-se a proteínas séricas, predominantemente à albumina e, em menor extensão, à globulina transportadora de hormônios sexuais. Os volumes de distribuição central e total são 27 L e 220 L, respectivamente, e dificilmente são alterados durante o uso de Implanon.

Metabolismo – etonogestrel sofre hidroxilação e redução. Os metabólitos são conjugados a sulfatos e glicuronídeos. Estudos em animais mostram que a circulação entero-hepática provavelmente não contribui para a atividade progestagênica do etonogestrel.

Eliminação – após administração intravenosa de etonogestrel, a meia-vida média de eliminação é de cerca de 25 horas e o clearance sérico é de aproximadamente 7,5 L/h. O clearance e a meia- vida de eliminação permanecem constantes durante o período de tratamento. A excreção de etonogestrel e seus metabólitos, como esteroides livres ou como conjugados, é através de urina e fezes (1,5 : 1). Após a inserção de Implanon em mulheres lactantes, o etonogestrel é excretado no leite na razão leite/soro de 0,44 – 0,50 durante os primeiros quatro meses. Em mulheres lactantes que utilizam Implanon, a média de transferência de etonogestrel para o lactente é de, aproximadamente, 0,2% da dose materna diária absoluta estimada (2,2% quando os valores são normalizados por quilo de peso). As concentrações mostram declínio gradual e estatisticamente significativo ao longo do tempo.

Dados de segurança pré-clínica Estudos toxicológicos não revelaram quaisquer efeitos a não ser aqueles que podem ser explicados com base nas propriedades hormonais do etonogestrel, independente da via de administração.