Características farmacológicas itraconazol

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O itraconazol é um derivado triazólico sintético, apresenta um amplo espectro de ação.
Estudos in vitro demonstraram que o itraconazol inibe a síntese do ergosterol em células de fungos patogênicos aos seres humanos.
Estes incluem: dermatófitos (Trichophyton spp, Microsporum spp, Epidermophyton
floccosum), leveduras (Cryptococcus neoformans, Pityrosporum spp, Trichosporon spp, Geotrichum spp, Candida
spp, incluindo C. albicans, C. glabrata e C. krusei), Aspergillus spp, Histoplasma spp, Paracoccidioides brasiliensis,
Sporothrix schenckii, Fonsecaea spp, Cladosporium spp, Blastomyces dermatitidis, Pseudallescheria boydii,
Penicillium marneffei e uma variedade de outras leveduras e fungos.
Candida glabrata e Candida tropicalis são geralmente as espécies de Candida menos susceptíveis, sendo que algumas cepas isoladas demonstraram resistência inequívoca ao itraconazol in vitro.
Estudos in vitro demonstraram que o itraconazol inibe a síntese do ergosterol em células fúngicas. O ergosterol é um componente vital da membrana celular dos fungos. A inibição da sua síntese tem como última consequência um efeito antifúngico.

Propriedades farmacocinéticas
O itraconazol é rapidamente absorvido após a administração oral. Picos de concentração plasmática do fármaco inalterado são obtidos 3 a 4 horas após a administração de uma dose oral. A eliminação do plasma é bifásica, com uma meia-vida terminal de 1 a 1,5 dias. Durante a administração prolongada de itraconazol, o estado de equilíbrio é obtido após 1 a 2 semanas. As concentrações plasmáticas de equilíbrio do itraconazol, obtidas 3 a 4 horas após a sua administração, são de 0,4 mcg/mL (dose única de 100 mg) 1,1 mcg/mL (dose única de 200 mg) e 2,0 mcg/mL (dose 200 mg, duas vezes ao dia).
O itraconazol liga-se às proteínas plasmáticas numa taxa de 99,8%. As concentrações de itraconazol no sangue total correspondem a 60% da concentração no plasma. Os níveis de captação do itraconazol pelos tecidos queratinizados são até quatro vezes superiores aos níveis plasmáticos e a eliminação do itraconazol está relacionada com a regeneração da epiderme. Ao contrário dos níveis plasmáticos que se tornam indetectáveis dentro de 7 dias após a interrupção da terapia, na pele os níveis terapêuticos persistem de 2 a 4 semanas após o término de um tratamento de 4 semanas. Foram detectados níveis terapêuticos de itraconazol na queratina das unhas em aproximadamente 1 semana após o início do tratamento. Tais níveis permanecem por, no mínimo, 6 meses após o término de um tratamento de 3 meses.
O itraconazol também se distribui amplamente nos tecidos propensos à infecção por fungos. As concentrações encontradas nos pulmões, rins, fígado, ossos, estômago, baço e músculos são duas a três vezes superiores às concentrações plasmáticas correspondentes. Os níveis terapêuticos na mucosa vaginal persistem por mais 1 dia, após o término de um tratamento de três dias de duração, com a dose diária de 200 mg, e por mais 3 dias após o término de um tratamento de um dia, com a dose de 200 mg duas vezes ao dia.
O itraconazol é intensamente metabolizado no fígado, transformando-se em grande número de metabólitos.
Um deles é o hidroxi-itraconazol, que apresenta, in vitro, uma atividade antifúngica comparável do itraconazol.
Os níveis deste composto foram determinados por ensaios biológicos e apresentaram níveis três vezes maiores que o itraconazol. A excreção fecal da droga inalterada varia entre 3 e 18% da dose administrada.
A excreção renal da droga não metabolizada é menor que 0,03% da dose ingerida. Cerca de 35% da dose administrada é excretada na urina, sob a forma de metabólitos, no período de uma semana.