Reações adversas miantrex cs

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Muitos dos efeitos colaterais da terapia com metotrexato não podem ser evitados, tendo em vista as ações farmacológicas do fármaco. Entretanto, os efeitos adversos são geralmente reversíveis se detectados precocemente. Os principais efeitos tóxicos do metotrexato ocorrem em tecidos normais de proliferação rápida, particularmente a medula óssea e o trato gastrintestinal. Ulcerações da mucosa oral são, habitualmente, os sinais mais precoces de toxicidade. As reações adversas mais comuns incluem estomatite, leucopenia, náusea e desconforto abdominal; entretanto, como ocorre com outros fármacos, podem ocorrer outras toxicidades com frequências e intensidades diferentes de acordo com as várias doses/vias de administração.

As reações adversas relatadas para os diferentes sistemas orgânicos são as seguintes:
Efeitos Hematológicos
Depressão da medula óssea (leucopenia, neutropenia, trombocitopenia e anemia) é esperada após terapia com metotrexato. O nadir (efeito deteriorante máximo) dos leucócitos, neutrófilos e plaquetas circulantes habitualmente ocorre entre 5 e 13 dias após a dose IV em bolus (com recuperação entre 14 e 28 dias). Os leucócitos e neutrófilos podem, ocasionalmente, apresentar duas depressões, a primeira ocorrendo em 4-7 dias e um segundo nadir após 12-21 dias, seguido por recuperação. Podem ser esperadas sequelas clínicas como febre, infecções e hemorragia em várias localizações.
Também foi relatada anemia megaloblástica, principalmente em pacientes idosos recebendo tratamento prolongado semanalmente com metotrexato. A suplementação de folato pode permitir a continuação da terapia com metotrexato com a resolução da anemia.

Efeitos Gastrintestinais
Podem ocorrer mucosite (estomatite, gengivite, glossite, enterite), bem como náuseas, vômitos e diarreia. As consequências clínicas dessa toxicidade podem ser ulceração e sangramento das membranas mucosas da boca e/ou outras porções do trato gastrintestinal, perfuração intestinal, desconforto abdominal, anorexia. A administração de metotrexato tem sido associada com hepatotoxicidade aguda e crônica. É comumente relatada a alteração dos testes de função hepática (aumentos nos níveis de transaminases e LDH), mas isso geralmente se resolve dentro de um mês da cessação da terapia. Fibrose ou cirrose hepática mais importante pode acompanhar tratamentos prolongados (2 anos ou mais) e doses elevadas cumulativas do fármaco. O risco de desenvolver hepatotoxicidade crônica em pacientes com psoríase parece estar correlacionada, não somente com as doses cumulativas do fármaco, mas também com a presença de condições concomitantes como alcoolismo, obesidade, diabetes, idade avançada e uso de compostos arsenicais.

Hipersensibilidade e Efeitos Dermatológicos
Foram relatadas erupções cutâneas eritematosas, urticária e prurido após a administração de metotrexato. Também foram relatadas reações anafiláticas e ulceração/necrose da pele compatíveis com necrólise epidérmica tóxica. Também podem ocorrer dermatites, acne/furunculose/foliculite, vasculite, petéquias, equimoses, teleangiectasias, fotossensibilidade, despigmentação/hiperpigmentação da pele e alopecia. Podem aparecer queimaduras e eritema em áreas psoriáticas por 1-2 dias após cada dose, agravadas por exposição concomitante à radiação ultravioleta.

Efeitos Pulmonares
Podem ocorrer pneumonite intersticial, fibrose intersticial, infiltrados pulmonares
eosinofílicos reversíveis. Foi ocasionalmente relatada patologia pulmonar intersticial crônica.
As manifestações de toxicidade pulmonar induzidas pelo metotrexato incluem febre, tosse (principalmente seca e não produtiva), dispneia, dor torácica, hipoxemia e/ou evidência radiológica de infiltrados pulmonares (geralmente difusos e/ou alveolares).

Efeitos sobre o SNC
Relatou-se neurotoxicidade em pacientes recebendo metotrexato intratecal ou em altas doses. A aracnoidite química manifesta-se através de cefaleia, dor nas costas, rigidez de nuca. Uma forma subaguda de toxicidade pode caracterizar-se por vários graus de paresia.
Também foram relatados paraplegia e aumento da pressão liquórica. Uma síndrome tardia, ocorrendo meses ou anos após o tratamento, é caracterizada por leucoencefalopatia necrotizante. A síndrome pode iniciar-se de forma insidiosa e progredir para um estado confusional, estupor, convulsões, ataxia e demência. Os efeitos são dose-relacionados e ocorrem particularmente quando o metotrexato intratecal é administrado em doses acima de 50 mg em combinação com irradiação craniana e terapia sistêmica com metotrexato. Foi registrado prejuízo cognitivo em crianças que receberam metotrexato intratecal juntamente com irradiação craniana.

Efeitos Reprodutivos e Urogenitais
Podem ocorrer insuficiência renal, azotemia, cistite, hematúria. Também foram relatados oogênese e espermatogênese defeituosas, oligospermia transitória, disfunção urogenital, corrimento vaginal, infertilidade, quadros de abortamento e defeitos fetais.

Carcinogenicidade
Relatou-se que fármacos citotóxicos estão associados com risco aumentado de desenvolvimento de tumores secundários em seres humanos. Foi relatada evidência de danos cromossômicos em células somáticas de animais e em células de medula óssea de seres humanos com metotrexato.

Outros Efeitos Adversos
Foram relatados outros efeitos adversos em associação com o uso de metotrexato, os quais incluem febre, calafrios, mal-estar, fadiga, cefaleia, tonturas, sonolência, tinido, visão borrada e desconforto ocular. Também foram relatadas alterações metabólicas, precipitação de diabete e efeitos osteoporóticos, inclusive necrose asséptica da cabeça do fêmur.