Advertências norestin

NORESTIN com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de NORESTIN têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com NORESTIN devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



Este medicamento pode interromper a menstruação por períodos prolongados e/ou causar sangramentos intermenstruais severos.
Este medicamento causa malformação ao bebê durante a gravidez.
Norestin® não contém estrógenos e, portanto, esta bula não discute os riscos à saúde que têm sido associados ao componente estrogênico dos anticoncepcionais combinados. A discussão destes riscos é encontrada em informações técnicas de anticoncepcionais orais combinados. A relação entre anticoncepcionais orais que contêm progestagênio puro e seus riscos não está completamente definida. O médico deve permanecer alerta às manifestações iniciais de qualquer doença grave e descontinuar o anticoncepcional oral quando for apropriado.

Ao avaliar o risco / benefício do uso de contraceptivos orais, o médico deve estar familiarizado com as seguintes condições, as quais podem aumentar o risco de complicações associadas ao seu uso:
•Doença arterial / cardiovascular atual ou história passada;
•Tumor benigno ou maligno do fígado;
•Doença hepática aguda ou crônica com função hepática anormal;
•Fatores de risco para doença arterial, por exemplo, tabagismo, hiperlipidemia, hipertensão ou obesidade;
•Enxaqueca com aura focal;
•Gravidez ectópica anterior;
•Tabagismo.

Precauções
1. Gerais
Os pacientes devem ser alertados que este produto não protege contra infecção por HIV (AIDS) e outras doenças sexualmente transmissíveis.
Em caso de sangramento vaginal anormal não diagnosticado, persistente ou recorrente, medidas apropriadas devem ser realizadas para excluir malignidades.
Antes da administração de pílulas contraceptivas orais devem-se aguardar três meses (ou seis meses após um quadro grave) a partir da normalização dos testes de função hepática, após qualquer hepatite.
É considerado como boa prática médica para mulheres sexualmente ativas que utilizam anticoncepcionais orais a realização de anamnese e exames anuais. O exame físico pode ser protelado até após o início da utilização do anticoncepcional oral, se solicitado pela paciente e julgado apropriado pelo médico.

2. Gravidez Ectópica
A incidência de gestações ectópicas em usuárias de anticoncepcionais orais à base de progestagênio puro é de 5 por 1000 mulheres por ano, que é maior que para mulheres usando outros métodos contraceptivos, porém similar à incidência em mulheres que não usam nenhuma anticoncepção. Até 10% das gestações relatadas nos estudos clínicos com usuárias de anticoncepcionais contendo apenas progestagênio foram extrauterinas. Embora sintomas de gravidez ectópica mereçam atenção, um histórico de gravidez ectópica não precisa ser considerado como uma contraindicação ao uso deste método anticoncepcional. Os profissionais de saúde devem estar alertas quanto à possibilidade de uma gravidez ectópica em mulheres que engravidam, ou quando queixam-se de dor abdominal baixa em uso de anticoncepcionais orais à base de progestagênio puro.
Sangramento vaginal e dor abdominal são sintomas típicos de gravidez ectópica. As mulheres que relatarem estes sintomas devem ser avaliadas.

3. Atresia Folicular Tardia/ Cistos ovarianos
Caso ocorra desenvolvimento folicular, a atresia do folículo é ocasionalmente retardada e o mesmo pode continuar a crescer além do tamanho que alcançaria em um ciclo normal. Geralmente, este folículo aumentado desaparece espontaneamente. São frequentemente assintomáticos, sendo que em alguns casos são associados à dor abdominal leve. Raramente eles podem sofrer torção ou ruptura, requerendo intervenção cirúrgica.

4. Sangramento Vaginal Irregular
Padrões menstruais irregulares são comuns entre mulheres que utilizam anticoncepcionais orais à base de progestagênio puro. Se o sangramento genital é sugestivo de infecção, malignidade ou outras condições anormais, tais causas não farmacológicas devem ser pesquisadas. Se ocorrer amenorreia prolongada, a possibilidade de gravidez deve ser avaliada.

5. Carcinoma de Mama e de Órgãos Reprodutivos
Diversos estudos epidemiológicos foram realizados para verificar a incidência de câncer de mama, endometrial, ovariano e cervical em mulheres usando contraceptivos orais.
Uma metanálise de 54 estudos epidemiológicos mostrou que existe um risco relativo ligeiramente aumentado de ter câncer de mama diagnosticado em mulheres que fazem uso de contraceptivos orais. O padrão observado de aumento de risco pode ser devido ao diagnóstico mais precoce de câncer de mama nas mulheres que usam contraceptivos orais, aos efeitos biológicos dos contraceptivos orais, ou uma combinação de ambos os fatores. Os casos adicionais de câncer de mama diagnosticados nas mulheres que usam contraceptivos orais combinados ou em mulheres que usaram contraceptivos orais combinados nos últimos 10 anos são mais propensos a serem localizados na mama e menos prováveis a terem se espalhado além da mama, do que naquelas mulheres que nunca usaram contraceptivo oral.
Câncer de mama é raro em mulheres com menos de 40 anos de idade quando usam, ou não, contraceptivos orais.
Embora o risco aumente com a idade, o número excedente de diagnósticos de câncer de mama em mulheres que fazem uso, recente ou não, de pílulas de progesterona é pequeno em relação ao risco total de câncer de mama, possivelmente de magnitude semelhante à associada ao uso de contraceptivos orais combinados. Entretanto, para as pílulas de progesterona, a evidência é baseada em uma população de usuárias muito menor e, portanto, menos conclusiva do que para os contraceptivos orais.
O fator de risco mais importante para o câncer de mama em mulheres que usam pílula de progesterona é a idade de interrupção do uso da pílula. Quanto maior a idade em que ocorre a interrupção, mais cânceres de mama são diagnosticados. A duração do uso é menos importante e o risco excedente desaparece gradualmente durante os 10 anos decorrentes após a interrupção, de modo que passados 10 anos o risco excedente parece não mais existir.
A evidência sugere que, comparado com mulheres que nunca usaram pílulas de progesterona, entre 10.000 mulheres que usam estas pílulas por até cinco anos, mas interrompem o uso até os 20 anos de idade, haveria menos do que um caso extra de câncer de mama diagnosticado em até 10 anos após. Para aquelas que interromperam o uso até os 30 anos de idade, após 5 anos de uso da pílula de progesterona, haveria um número estimado de 2 a 3 casos extras (além dos 44 casos de câncer de mama por 10.000 mulheres nesta faixa etária, nunca expostas a contraceptivos orais). Para aquelas pacientes que param até os 40 anos de idade, após 5 anos de uso, haveria um número estimado de 10 casos adicionais diagnosticados em até 10 anos após (além dos 160 casos de câncer de mama por 10.000 mulheres nesta faixa etária, nunca expostas a contraceptivos).
É importante informar as pacientes que as usuárias de todas as pílulas contraceptivas parecem ter um pequeno aumento no risco de ter diagnóstico de câncer de mama, quando comparado com não usuárias de contraceptivos orais, mas isto deve ser avaliado em relação aos benefícios conhecidos.
Alguns estudos sugerem que o uso de anticoncepcional oral tem sido associado com um aumento do risco de neoplasia cervical intraepitelial em algumas populações de mulheres. Entretanto, continua havendo controvérsias quanto à extensão que tais achados possam ser devido a diferenças no comportamento sexual e outros fatores. Não há dados suficientes para determinar se o uso de anticoncepcionais orais à base de progestagênio puro aumenta o risco de desenvolvimento de neoplasia cervical intraepitelial.

6. Neoplasia Hepática
A incidência de tumores hepáticos benignos e malignos (adenoma hepático e carcinoma hepatocelular) é rara.
Estudos de caso-controle indicaram que o risco destes tumores pode aumentar em associação ao uso e à duração da terapia com contraceptivos orais. A ruptura de adenomas hepáticos benignos pode causar óbito através de hemorragia intra-abdominal. Não existem dados suficientes para determinar se os contraceptivos à base de progestagênio puro aumentam o risco de desenvolvimento de neoplasia hepática.

7. Metabolismo de Carboidratos e Lipídeos
As alterações no metabolismo de carboidratos em indivíduos saudáveis, nos estudos clínicos, são variadas.
A maioria dos estudos mostra ausência de alteração, mas algumas usuárias podem experimentar pequena diminuição na tolerância à glicose, com aumentos da insulina plasmática. Mulheres diabéticas que utilizam anticoncepcionais orais à base de progestagênio puro, geralmente não apresentam alterações em suas necessidades de insulina. No entanto, mulheres pré-diabéticas e diabéticas em particular, devem ser cuidadosamente monitoradas enquanto estiverem tomando anticoncepcionais orais à base de progestagênio puro.
O metabolismo lipídico é ocasionalmente afetado, pode haver diminuição de HDL, HDL2 e apolipoproteína A-I e AII, e aumento da lipase hepática. Normalmente não há alterações no colesterol total, HDL3, LDL ou VLDL.

8. Cefaleia
O início ou exacerbação de enxaqueca ou desenvolvimento de cefaleia com um novo padrão, recorrente, persistente ou grave, requer a descontinuação do uso de anticoncepcionais orais à base de progestagênio puro e avaliação da causa.

9. Gravidez e lactação
Muitos estudos não têm encontrado efeitos no desenvolvimento fetal associados com o uso prolongado de doses contraceptivas de progestagênios orais. Os poucos estudos sobre o crescimento e desenvolvimento infantil que têm sido conduzidos não demonstraram efeitos adversos significantes. No entanto, é prudente afastar uma suspeita de gravidez antes de iniciar o uso de qualquer contraceptivo hormonal.
Na maioria das mulheres, contraceptivos com progestagênios apenas, como o Norestin® não afetaram a quantidade e qualidade do leite materno ou extensão da lactação. Entretanto, casos isolados na pós-comercialização de redução da produção de leite foram relatados. Estudos com vários contraceptivos progestagênicos orais não-combinados demonstraram que pequenas quantidades de progestagênio passam pelo leite materno resultando em níveis de esteroides no plasma do lactente. Não foram encontrados efeitos adversos sobre o desempenho da amamentação ou na saúde, crescimento ou desenvolvimento do lactente.
Pequenas quantidades de progestagênio passam para o leite materno, resultando em níveis de esteroide no plasma da criança de 1-6% dos níveis plasmáticos maternos.

10. Fertilidade após a Descontinuação
Os dados disponíveis são limitados e indicam um rápido retorno da ovulação normal e da fertilidade após a descontinuação do uso de anticoncepcionais orais à base de progestagênio puro.

11. Tabagismo
O hábito de fumar aumenta o risco de doença cardiovascular grave. Mulheres que utilizam anticoncepcionais orais devem ser firmemente orientadas a não fumar.
Em fumantes que usam anticoncepcionais orais o risco de efeitos secundários cardiovasculares aumenta em relação à idade (acima de 35 anos) e ao consumo de cigarros (15 ou mais por dia). As mulheres nestas condições deverão ser severamente advertidas para não fumarem.