Características farmacológicas prandin

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A repaglinida é um novo secreta gogo oral, derivado do ácido carbamoilmetil- benzóico, de ação curta. A repaglinida reduz os níveis de glicemia de forma aguda ao estimular a liberação de insulina pelo pâncreas, um efeito dependente do funcionamento das células beta nas ilhotas pancreáticas.
A repaglinida fecha os canais de potássio dependentes de ATP na membrana da célula beta através de uma proteína- chave, diferentemente dos outros secreta gogos. Tal efeito despolariza as células beta, determinando abertura dos canais de cálcio. O resultante aumento do influxo de cálcio induz a secreção de insulina a partir das células beta. Observou-se, após administração oral de repaglinida a pacientes com Diabetes do Tipo 2, que a resposta insulinotrópica à refeição ocorreu num prazo de 30 minutos, causando efeito hipoglicemiante durante a mesma. Os níveis elevados de insulina, porém, não persistiram além do período da refeição. Os níveis plasmáticos da repaglinida diminuíram rapidamente e observaram-se baixas concentrações plasmáticas do fármaco em pacientes com Diabetes Tipo 2, quatro horas após sua administração. A redução da glicemia dose-dependente foi comprovada com doses de 0,5 mg a 4 mg de repaglinida. Os resultados dos estudos clínicos mostraram que a repaglinida é dosada de maneira ótima em relação às principais refeições (dosagem pré-prandial).
As doses devem ser preferivelmente administradas 15 minutos antes da refeição.
Farmacocinética
A repaglinida é rapidamente absorvida pelo trato gastrintestinal, resultando em rápido aumento da concentração plasmática do fármaco. O nível plasmático máximo ocorre uma hora após a administração. Após atingir o nível máximo, o nível plasmático reduz-se rapidamente e a repaglinida é eliminada em 4 – 6 horas. A meia-vida de eliminação plasmática é de aproximadamente 1 hora. A farmacocinética da repaglinida é caracterizada por biodisponibilidade absoluta média de 63% (Coeficiente de Variação 11%), baixo volume de distribuição,
30 litros (consistente com a distribuição no fluido intracelular) e rápida eliminação do sangue.
Nos ensaios clínicos detectou-se uma alta variabilidade interindividual (60%) nas concentrações dos níveis plasmáticos.
Entretanto, como a variabilidade intraindividual é de baixa à moderada (35%) e a repaglinida deve ser titulada versus a reposta clínica, a eficácia do fármaco não é afetada pela variabilidade interindividual. A exposição à repaglinida aumenta em pacientes com insuficiência hepática e em pacientes idosos com Diabetes Tipo 2.
A AUC (desvio padrão) após exposição à dose única de 2 mg (4 mg em pacientes com insuficiência hepática) foi de 31,4 ng/ml × h (28,3) em voluntários sadios, 75,2 ng/ml × h (67,7) em pacientes com insuficiência renal, 304,9 ng/ml × h (228,0) em pacientes com insuficiência hepática e 117,9 ng/ml × h (83,8) em pacientes ido- sos com Diabetes Tipo 2.
Após 5 dias de tratamento com a repaglinida (2 mg, 3 ×/dia) em pacientes com grave disfunção renal (clearance da creatinina 20 – 39 ml/min), os resultados demonstraram um significativo aumento de 2 vezes sobre a exposição (AUC) e a meia-vida (t ½), quando comparado com indivíduos com função renal normal.
Em humanos, a repaglinida liga-se forte- mente a proteínas plasmáticas (>98%). Não foram observadas diferenças relevantes na farmacocinética da repaglinida quando administrada 0, 15 ou 30 minutos antes da refeição ou em estado de jejum. A repaglinida é quase completamente metabolizada e não se identificou nenhum metabólito com efeito hipoglicemiante clinicamente relevante.
A excreção da repaglinida e de seus metabólitos ocorre primariamente pela via biliar. Uma pequena fração (menos de 8%) da dose administrada aparece na urina, preliminarmente como metabólito. Menos de 1% do fármaco-mãe é recuperado nas fezes.