Características farmacológicas protectina

PROTECTINA com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de PROTECTINA têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com PROTECTINA devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



A doxiciclina é um antibiótico semi-sintético pertencente à família das Tetraciclinas, desenvolvida a partir da hidrogenização da metaciclina. As alterações decorrentes deste processo alteraram as propriedades químicas da doxiciclina, tornando-a significativamente mais lipossolúvel em relação às Tetraciclinas originais. Tal modificação incorreu nas seguintes características: (1) meia-vida mais prolongada, permitindo posologia de uma única dose diária, (2) maior concentração atingida em exsudatos inflamatórios, (3) uso irrestrito em insuficiência renal, e (4) melhor absorção intestinal, podendo ser ingerida às refeições.
Sua absorção é de aproximadamente 95%, ocorrendo de forma mais elevada em pH 5,5, o qual corresponde ao pH duodenal, local onde se dá a maior parte desta absorção.
O mecanismo de ação da doxiciclina é o de inibição da síntese protéica microbiana por bloqueio da ligação do tRNA ao códon do mRNA, localizado na subunidade ribossômica 30.
A doxiciclina apresenta uma taxa de ligação às proteínas séricas de 80 a 90%. Este grau elevado de ligação se traduz nas seguintes propriedades: (1) menor disponibilidade de droga livre filtrável pelos glomérulos renais, com diminuição da excreção e prolongamento da meia-vida, e (2) pouca quantidade de doxiciclina livre dialisável, possibilitando seu uso durante procedimentos dialíticos.
A combinação de liberação tissular lentificada e baixo clearance renal, gera portanto uma tendência ao aumento da meia-vida de eliminação da doxiciclina até 23 a 24 horas, com a ingestão continuada. As concentrações tissulares mensuradas em diversos tecidos são compatíveis com a MIC (Minimal Inhibitory Concentration) para os diversos patógenos sensíveis à doxiciclina.
A doxiciclina é 30% metabolizada, sendo 23% de uma dose excretados na urina em 24 horas. Cinco por cento são eliminados nas fezes, sendo que uma dose é totalmente eliminada em três dias.
A doxiciclina é excretada no leite materno, e atravessa a barreira placentária.
Seus metabólitos não são conhecidos. A meia-vida de eliminação é de aproximadamente 22 horas, tendendo a se prolongar com a continuidade do tratamento.
Estudos farmacocinéticos em pacientes portadores de insuficiência renal demonstraram paradoxalmente uma estabilidade dos níveis séricos de doxiciclina, apesar da diminuição de sua taxa de excreção renal. Demonstrou-senestes indivíduos um aumento compensatório da eliminação luminal intestinal do antibiótico. Procedimentos dialíticos tampouco influenciaram o comportamento farmacocinético da droga.
Protectina é o hiclato de doxiciclina apresentado sob a forma de um núcleo de amido contendo a doxiciclina, recoberto por uma capa de polímeros metacrílicos de espessuras e graus de solubilidade diferentes, os quais em conjunto formam um microgrânulo. Diversos microgrânulos são inseridos em uma cápsula, ingerida por via oral. A tecnologia galênica de Protectina associada à doxiciclina funciona da seguinte forma: (1) a capa metacrílica do microgrânulo se solubiliza somente em pH 5,0 ou inferior, ou seja, o pH do estômago; tal propriedade garante que, caso a cápsula inadvertidamente se abra ainda em nível esofágico, a doxiciclina não será liberada a partir de seu núcleo; o microgrânulo irá progredir até o estômago, e somente a esta altura a capa começará a se solubilizar, liberando a doxiciclina; (2) os microgrânulos se dispersando pela luz do estômago pouparão áreas mais delimitadas de mucosa gástrica da ação local da doxiciclina, em comparação à liberação a partir de uma forma farmacêutica comum; esta dispersividade também aumenta a absorção da droga; (3) as diferentes espessuras e graus de solubilidade da capa do microgrânulo ampliarão ainda mais a dispersividade da doxiciclina, fazendo com que uma parte da liberação ocorra no próprio estômago e outra em nível duodenal; este mecanismo pouparia ainda mais a mucosa do estômago e do duodeno, já que a droga se dispersará de forma máxima.
A partir da análise do perfil farmacocinético da doxiciclina, que demonstra uma meia-vida de eliminação de 22 a 24 horas, e da tecnologia galênica de Protectina , que proporciona proteção esôfago-gástrica, pode-se concluir que a posologia de 200 mg em dose única diária de Protectina é factível e segura. Efetivamente, as taxas residuais de doxiciclina em 24 horas ainda se encontrariam acima dos valores de MIC para a maioria dos patógenos sensíveis. Protectina apresenta atividade antimicrobiana contra os seguintes grupos e espécies de patógenos: (1) parasitas intracelulares obrigatórios: Chlamydia trachomatis, Chlamydia pneumoniae, Chlamydia psittaci, Ureaplasma urealyticum, Ricketsia spp., Mycoplasma spp.; (2) cocos Gram-: Neisseria gonorrhoeae, Neisseria meningitidis, Moraxella catarrhalis; (3) bastões Gram+: Bacillus anthracis, Listeria monocytogenis, Propionibacterium acnes;
(4) bastões Gram-: Brucella spp., Vibrio cholerae, Yersinia pestis, Calymmatobacterium granulomatis, Haemophilus influenzae, Klebsiella sp., Francisella tularensis, Legionella sp.; (5) bacilos ácido-álcali resistentes: Borrelia burgdorferi; (6) espiroquetas: Leptospira sp., Treponema pallidum; (7) cocos Gram+: Streptococcus pneumoniae; (8) bactérias anaeróbicas: Actinomyces sp., Clostridium spp. (não-difficile), Peptostreptococcus sp.; e
(9) protozoários: Plasmodium sp.. Sua MIC se situa entre 0,5 a 1,5 g/mL in vitro e in vivo para a maioria das espécies susceptíveis. Entretanto, para algumas espécies tais como a Chlamydia trachomatis, a MIC pode se situar em valores diferentes: de 0,05 a 0,1 g/mL segundo alguns autores, 0,06 g/mL a 0,25 g/mL de acordo com outros.