Características farmacológicas rifampicina

RIFAMPICINA com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de RIFAMPICINA têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com RIFAMPICINA devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



Cápsula

Propriedades Farmacodinâmicas e Espectro Antimicrobiano:
FURP-RIFAMPICINA inibe a atividade da RNA polimerase DNA-dependente em células sensíveis. Interage especificamente com RNA polimerase bacteriana, porém não inibe esta enzima em mamíferos.
FURP-RIFAMPICINA é particularmente ativa contra organismos extracelulares que apresentam crescimento rápido, apresentando também atividade bactericida intracelular e contra M. tuberculosis de crescimento lento e intermitente.
FURP-RIFAMPICINA também apresenta atividade “in vitro” contra Mycobacterium avium Complex, M. kansasii e M. leprae.
FURP-RIFAMPICINA é ativa “in vitro” contra uma variedade de micro-organismos Gram-positivos e Gram-negativos. Osmicro-organismos sensíveis incluem Neisseria meningitidis, Neisseria gonorrhoeae, Staphylococcus aureus, Proteus sp., Staphylococcus epidermidis, H. influenzae, E. coli, Pseudomonas aeruginosa, Legionella pneumophila, Brucella sp. eStreptococcus pyogenes. Tanto as cepas dos estafilococos produtoras e não produtoras de penicilinases quanto asbetalactâmico-resistentes são sensíveis à FURP-RIFAMPICINA.
A resistência cruzada à rifampicina foi demonstrada somente com outras rifamicinas.
Relatou-se que rifampicina apresenta atividade imunossupressora potencial em coelhos, camundongos, ratos, cobaias, linfócitos humanos “in vitro” e humanos.

Farmacocinética
Distribuição: FURP-RIFAMPICINA é prontamente absorvida no trato gastrintestinal. Os picos plasmáticos em adultos e crianças sadios variam amplamente de indivíduo para indivíduo. Picos de concentrações plasmáticas da ordem de 10 μg/mL ocorrem aproximadamente 2 a 4 horas após uma dose de 10 mg/kg de peso corpóreo com estômago vazio.

Absorção: A absorção de FURP-RIFAMPICINA é reduzida quando a mesma é ingerida com alimentos.

População especial:
A farmacocinética de rifampicina em crianças foi similar à de adultos.

Metabolismo: Em indivíduos saudáveis, a meia-vida biológica média de FURP-RIFAMPICINA no soro é de aproximadamente 3 horas após uma dose de 600 mg e eleva-se para 5,1 horas após uma dose de 900 mg. Com administrações repetidas, a meia-vida diminui e alcança valores médios de aproximadamente 2 a 3 horas.
Em doses até 600 mg/dia, a meia-vida não difere em pacientes com insuficiência renal e, consequentemente, não é necessário realizar ajuste posológico.

Eliminação: Após a absorção, FURP-RIFAMPICINA é rapidamente eliminada na bile e atinge a circulação entero- hepática. Durante este processo, FURP-RIFAMPICINA sofre progressiva desacetilação, assim praticamente todo o fármaco está nesta forma na bile em aproximadamente 6 horas. Este metabólito mantém a atividade antibacteriana.
A reabsorção intestinal é reduzida pela desacetilação e a eliminação é facilitada. Até 30% de uma dose é excretada na urina, sendo aproximadamente metade na forma inalterada.
FURP-RIFAMPICINA é amplamente distribuída por todo o organismo. Encontra-se presente em concentrações eficazes em muitos órgãos e fluidos corpóreos, incluindo fluido cerebroespinhal.
FURP-RIFAMPICINA apresenta ligação proteica de aproximadamente 80%. A maior parte da fração livre é não ionizada e, portanto, difundem-se livremente nos tecidos.

Dados pré-clínicos de segurança:
Carcinogenicidade:
Não são conhecidos dados humanos sobre o potencial para carcinogenicidade a longo prazo. Foram relatados em humanos poucos casos de crescimento acelerado de carcinoma de pulmão, porém sem o estabelecimento de uma relação causal com o fármaco. Observou-se aumento na incidência de hepatomas em camundongos fêmeas (de uma espécie conhecida por ser particularmente susceptível ao desenvolvimento espontâneo de hepatomas) quando rifampicina foi administrada em doses equivalentes a 2-10 vezes a dose diária humana média durante 60 semanas, seguido por um período de observação de 46 semanas. Não foi encontrada evidência de carcinogenicidade em camundongos machos da mesma espécie, camundongos machos de espécies diferentes, ou ratos machos, sob condições experimentais semelhantes.
Tem sido relatada a existência de um potencial imunossupresivo de rifampicina em coelhos, camundongos, ratos, cobaias, linfócitos humanos “in vitro” e humanos.
Rifampicina tem demonstrado também atividade antitumoral “in vitro”.

Mutagenicidade:
Não são conhecidos dados em humanos sobre o potencial a longo prazo para mutagenicidade. Não há evidências de mutagenicidade em bactérias, Drosophila melanogaster ou camundongos. Notou-se um aumento no rompimento de cromátides quando as culturas de células sanguíneas totais foram tratadas com rifampicina. Observou-se aumento na frequência de aberrações cromossômicas “in vitro” em linfócitos obtidos de pacientes tratados com combinações de rifampicina, isoniazida e pirazinamida e combinações de estreptomicina, rifampicina, isoniazida e pirazinamida.
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Suspensão oral

A rifampicina é um antibiótico macrocíclico semissintético derivado da rifamicina B.

FARMACODINÂMICA
As rifampicinas são derivadas do Nocardia mediterranei. A rifampicina age contra Mycobacterium leprae, M. tuberculosis, diversas outras microbactérias e bactérias Gram-positivas e Gram-negativas. M. fortuitum é resistente.

Mecanismo de ação: inibe a biossíntese do RNA bacteriano ao inibir fortemente a subunidade beta da RNA-polimerase que depende do DNA, evitando a união da enzima do DNA e bloqueando, assim, o início da transcrição do RNA.

FARMACOCINÉTICA
Absorção: é bem absorvida pelo trato gastrintestinal, mas esta absorção se reduz quando é administrada com alimentos. Depois de completamente absorvida, níveis plasmáticos médios são obtidos dentro de 1 a 4 horas. Liga-se em 80% às proteínas e é muito solúvel em lipídios.

Distribuição: difunde-se nos líquidos e tecidos orgânicos, inclusive no líquido cerebroespinhal e sistema nervoso. Concentrações terapêuticas são obtidas na saliva. Por ser lipossolúvel a rifampicina pode chegar às micobactérias.

Metabolismo: a rifampicina é metabolizada no fígado e o metabólito é ainda ativo contra a M. tuberculosis.

Excreção: 6 a 30% da rifampicina é excretada na urina; 30 a 60% sob forma desacetilada e aproximadamente 50% inalterada. Ela é também excretada no leite materno e atravessa a barreira placentária.

Meia-vida: é de aproximadamente 3 horas após dose única oral de 600 mg e de 5,1 horas após dose oral de 900 mg.