Advertências zidovir

ZIDOVIR com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de ZIDOVIR têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com ZIDOVIR devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



A zidovudina está frequentemente associada com toxicidade hematológica, incluindo granulocitopenia e anemia grave. Anemia significativa normalmente ocorre após 4 a 6 semanas de terapia; granulocitopenia, em geral, ocorre após 6 a 8 semanas; em muitos casos há necessidade de ajuste da dose, descontinuação do fármaco ou transfusões de sangue. O tratamento com zidovudina não deve ser reiniciado até que haja evidência de recuperação da medula óssea. A maioria dos pacientes com depressão medular é capaz de tolerar doses mais baixas de zidovudina após recuperar a função medular. São recomendadas contagens sanguíneas, no mínimo a cada 2 semanas durante as primeiras 8 semanas de tratamento. Caso a zidovudina seja bem tolerada, a frequência das contagens pode ser reduzida para cada 4 semanas. Em pacientes assintomáticos ou com sintomas iniciais, recomenda-se fazer a contagem mensalmente nos primeiros 3 meses e, posteriormente, a cada 3 meses, a menos que outras razões obriguem a proceder diferente. O paciente deve conhecer a importância em seguir cuidadosamente as contagens sanguíneas durante o tratamento.
Miopatia e miosite, com alterações patológicas similares àquelas produzidas pela AIDS, foram associadas com o uso prolongado de zidovudina.
Raras ocorrências de acidose lática potencialmente fatais na ausência de hipoxemia e severa hepatomegalia com esteatose foram relatadas com o uso de certos análogos nucleosídeos antiretrovirais. Sempre que um paciente em terapia com zidovudina desenvolver taquipneia, dispneia ou queda no nível sérico de bicarbonato, a zidovudina deve ser suspensa até que o diagnóstico de acidose láctica seja excluído. A terapia deve ser suspensa caso haja rápida elevação dos níveis de aminotransferase ou hepatomegalias de etiologia desconhecida. Ainda não existem dados conclusivos sobre o uso de zidovudina em pacientes com disfunção renal ou hepática. Portanto, deve-se monitorá-los atentamente e considerar que os mesmos podem sofrer um risco maior de toxicidade provocada pelo fármaco.
A síndrome de reconstituição imune foi relatada em pacientes tratados com terapêutica anti-retroviral combinada, incluindo zidovudina. Os pacientes em tratamento com a zidovudina podem continuar desenvolvendo infecções oportunistas e outras complicações causadas pelo vírus da imunodeficiência humana. Os distúrbios autoimunes (como a doença de Graves, a polimiosite e a síndrome de Guillain-Barré) também têm ocorrido na reconstituição imune, no entanto, o tempo de início é variável e pode ocorrer muitos meses após o início do tratamento.
Os pacientes devem estar sob estrita vigilância clínica, por médicos experientes no tratamento de doenças associadas ao HIV.
A zidovudina foi estudada cuidadosamente em um número limitado de pacientes seriamente infectados com HIV e tratados por tempo limitado. Por essa razão, não foram ainda completamente definidas a segurança e a eficácia da zidovudina, particularmente em relação ao uso prolongado e especialmente nos pacientes que estão infectados com HIV, mas em estado menos avançado.
O uso de zidovudina em pacientes com depressão da medula óssea deve ser muito bem controlado, principalmente se evidenciada por contagem de granulócitos menor que 1000/mm3 ou de hemoglobina menor que 9,5 g/dL.
Estudos in vitro mostraram que a ribavirina pode reduzir a fosforilação de análogos de nucleosídeos de pirimidina, como a zidovudina. Embora não tenha sido observada evidência de interação farmacocinética ou farmacodinâmica (por exemplo, perda da supressão virológica de HIV / VHC) quando a ribavirina foi coadministrada com zidovudina em pacientes coinfectados com HIV / VHC, descompensação hepática ocorreu em indivíduos coinfectados com HIV / VHC que receberam terapia antirretroviral combinada para HIV e interferon alfa com ou sem ribavirina. Os doentes que receberem interferon alfa com ou sem ribavirina e zidovudina devem ser cuidadosamente monitorizados quanto às toxicidades associadas ao tratamento, especialmente a descompensação hepática, neutropenia e anemia. A descontinuação de zidovudina deve ser considerada como medicamente apropriada. A redução da dose ou a descontinuação do interferon alfa, da ribavirina, ou de ambos, deve ser considerada se forem observadas toxicidades clínicas agravantes, incluindo a descompensação hepática.

Informações para Pacientes
Os pacientes devem ser avisados a evitar atividades que possam disseminar a infecção pelo HIV-1 para outras pessoas.
-Não compartilhe agulhas ou outros equipamentos de injeção.
-Não compartilhe itens pessoais que possam ter sangue ou fluidos corporais sobre eles, como escovas de dentes e lâminas de barbear.
-Não tenha nenhum tipo de relação sexual sem proteção. Sempre praticar sexo seguro usando um preservativo de látex ou poliuretano ou outro método de barreira para diminuir a chance de contato sexual com sêmen, secreções vaginais ou sangue.
-Não amamente. A zidovudina é excretada no leite materno humano. As mães com HIV-1 não devem amamentar porque o HIV-1 pode ser passado para o bebê no leite materno.
Os pacientes devem ser informados de que as principais toxicidades da zidovudina são neutropenia e/ou anemia. A frequência e a gravidade destas toxicidades são maiores nos doentes com doença mais avançada e naqueles que iniciam a terapêutica mais tarde no decurso da sua infecção. Eles devem ser informados de que, se desenvolver toxicidade, eles podem exigir transfusões ou descontinuação do fármaco. Eles devem ser informados da extrema importância de ter suas contagens sanguíneas seguido de perto durante a terapia, especialmente para pacientes com doença sintomática avançada do HIV. Eles devem ser advertidos sobre o uso de outros medicamentos, incluindo ganciclovir e interferon alfa, que podem exacerbar a toxicidade da zidovudina. Os pacientes devem ser informados que outros efeitos adversos da zidovudina incluem náuseas e vômitos. Os doentes também devem ser encorajados a contatar o seu médico se tiverem fraqueza muscular, falta de ar, sintomas de hepatite ou pancreatite ou quaisquer outros eventos adversos inesperados durante o tratamento com zidovudina.

Gravidez
Categoria de risco na gravidez: C
Não existem estudos em humanos sobre os efeitos da zidovudina sobre a fertilidade.
Estudos em ratos, tratados com zidovudina oral em doses de até 450 mg/Kg/dia não mostraram efeitos sobre a fertilidade de machos ou fêmeas. Não foram concluídos estudos adequados e bem controlados em humanos sobre a gravidez, mas sabe-se que a zidovudina atravessa a placenta. Os estudos realizados em ratas e cobaias, com doses orais de até 500 mg/kg/dia, não demonstraram que a zidovudina fosse teratogênica.
As mulheres grávidas que consideram o uso de zidovudina durante a gravidez para a prevenção da transmissão do HIV aos seus bebês devem ser avisadas de que a transmissão ainda pode ocorrer em alguns casos, apesar da terapêutica. As consequências a longo prazo da exposição no útero e neonatal a zidovudina são desconhecidas, incluindo o possível risco de câncer.
As mulheres grávidas infectadas pelo HIV devem ser aconselhadas a não amamentar para evitar a transmissão pós-natal do HIV a uma criança que ainda não está infectada.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.

Lactação
As mulheres infectadas pelo HIV não devem amamentar seus bebês para evitar a transmissão do HIV. A zidovudina é excretada no leite humano. Após a administração de uma dose única de 200 mg de zidovudina a mulheres infectadas pelo HIV, a concentração média de zidovudina foi similar no leite e no soro humano. Devido ao potencial de transmissão do HIV e ao potencial de reações adversas graves em lactentes, as mães devem ser instruídas a não amamentar se estiverem recebendo zidovudina.

Pediatria
As informações sobre eficácia em crianças com menos de 3 meses ainda são limitadas. A farmacocinética em crianças é similar àquela dos adultos. Os efeitos colaterais em crianças são similares aos vistos em adultos.

Geriatria
Não foram realizados estudos sobre a segurança e a eficácia do uso na população geriátrica. Há relato de um caso em que um paciente de 90 anos respondeu bem à terapia com zidovudina. Dados preliminares indicam que a velocidade de eliminação é diminuída nos idosos. Em geral, a administração a idosos requer cautela, tendo em vista funções hepática, cardíaca e renais diminuídas, assim como as comorbidades e o uso de medicações concomitantes.

Odontologia
Os efeitos depressores da medula óssea provocados pela zidovudina podem originar maior incidência de infecção microbiana, demora na cicatrização, e hemorragia gengival. Eventual tratamento odontológico deve estar concluído antes de se iniciar a terapia com zidovudina. O paciente deve ser orientado para a correta higiene oral durante o tratamento, incluindo precaução no emprego de escovas, fio dental e palito de dentes. A zidovudina também pode originar mudanças no sabor bucal, inchaço dos lábios ou língua, e lesões na mucosa oral.

Carcinogenicidade, Mutagenicidade e Diminuição da Fertilidade
Em estudos de carcinogenicidade oral em ratos e camundongos foi observado um aparecimento tardio de tumores no epitélio vaginal. Não ocorreu nenhum outro tumor relacionado com a zidovudina em nenhum dos sexos destas espécies. Um estudo subsequente de carcinogenicidade intravaginal confirmou a hipótese de que tumores na vagina foram resultado de um longo período de exposição do epitélio vaginal a altas concentrações de zidovudina não metabolizada na urina. O valor preditivo de estudos de carcinogenicidade em roedores para o homem é incerto e a importância clínica destes achados não é clara. Além disso, dois estudos de carcinogenicidade transplacentária têm sido conduzidos em camundongos. Em um deles, realizado pelo US National Cancer Institute, administrou-se zidovudina nas doses máximas toleradas a fêmeas de camundongos grávidas do 12º ao 18º dia de gestação. No primeiro ano pós-natal, ocorreu um aumento da incidência de tumores no fígado, pulmão e trato reprodutor feminino da ninhada exposta à maior dose (420mg/Kg de peso corporal a termo). No segundo estudo, em camundongos, foi administrada zidovudina a doses até 40 mg/Kg durante 24 meses, com exposição pré-natal a partir do 10º dia de gestação. Os achados relativos ao tratamento foram limitados a tumores de epitélio vaginal que ocorreram tardiamente, os quais foram observados com incidência e tempo de aparecimento semelhante aos de estudos padrão de carcinogenicidade oral. Este estudo não forneceu evidências, portanto, de que a zidovudina atua como um agente carcinogênico transplacentário. Conclui-se que os dados de carcinogenicidade transplacentária obtidos no primeiro estudo, representam um risco hipotético, enquanto que a redução do risco de transmissão do vírus HIV da mãe para o bebê não infectado com o uso de zidovudina na gravidez está bem comprovada.
Não foi observada nenhuma evidência de mutagenicidade no teste de Ames. Entretanto, a zidovudina foi fracamente mutagênica em ensaios de células de linfoma de camundongos e foi positiva em ensaios in vitro de transformação celular. Efeitos clastogênicos foram observados em um estudo in vitro com linfócitos humanos e em estudos in vivo, com doses repetidas, em micronúcleos de ratos e camundongos. Um estudo citogenético in vivo com ratos não mostrou danos cromossômicos. Um estudo com linfócitos de sangue periférico de 11 pacientes com AIDS mostrou uma frequência de quebra cromossômica mais alta naqueles que receberam zidovudina do que naqueles que não receberam. A significância clínica destes dados não é clara.
A zidovudina, administrada a ratos machos e fêmeas em doses até 7 vezes a dose habitual de adultos, com base nas considerações da área de superfície corporal, não teve qualquer efeito na fertilidade julgada pelas taxas de concepção.