Características farmacológicas colis-tek

COLIS-TEK com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de COLIS-TEK têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com COLIS-TEK devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



CARACTERÍSTICAS
Cada frasco contém colistimetato de sódio ou colistina metassulfonato pentassódico (150 mg de colistina base). colistimetato de sódio é um antibiótico polipetídeo com um peso molecular aproximado de 1750.
A fórmula empírica é C58H105N16Na5O28S5 e a fórmula estrutural está representada abaixo:
PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
Antibiótico da família das polimixinas, também conhecido como Polimixina E e sua ação se dá combatendo infecções de diversas origens.

FARMACOLOGIA CLÍNICA
MICROBIOLOGIA: colistimetato de sódio é um agente de superfície que penetra e rompe a membrana da célula bacteriana. Foi demonstrado que tem atividade bactericida contra a maioria das cepas dos seguintes micro-organismos, em infecções in vitro e na clínica.

MICROORGANISMOS AERÓBICOS GRAM-NEGATIVOS: Enterobacter aerogenes, Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, e Pseudomonas aeruginosa.

TESTES DE SENSIBILIDADE: colistimetato de sódio não está mais listado como um antimicrobiano para teste de rotina e não é reportado em laboratórios de microbiologia clínica.

PROPRIEDADES FARMACODINÂMICAS
O colistimetato de sódio é um antibiótico do grupo das polimixinas (também conhecido como Polimixina E), derivado de Bacillus polymixa var. colistinus. É um polipeptídeo e é ativo contra diversas cepas aeróbicas Gram-negativas.
Os antibióticos da classe das polimixinas são agentes de superfície e agem através da adesão à membrana celular da bactéria, o que altera sua permeabilidade e provoca a morte bacteriana. As polimixinas são agentes bactericidas eficazes contra diversas bactérias Gram- negativas com uma membrana externa hidrofóbica.
O colistimetato de sódio possui atividade bactericida contra os seguintes bacilos anaeróbios gram-negativos: Acinetobacter sp.,
Citrobacter sp., Enterobacter sp., Eschirichia coli, Haemophilus influenzae, Klebsiella sp., Pseudomonas aeruginosa, Salmonella sp. e
Shigella sp. Os pontos de inflexão para resistência e susceptibilidade são: Susceptível (S) 4mg/L
Resistente (R) 8mg/L
Os Gram-negativos aeróbios resistentes ao colistimetato de sódio incluem: Brucella sp., Burkholderia cepacia e espécies relacionadas,
Neisseria sp., Providencia sp., Serratia sp. e os anaeróbios incluem o Bacteroides fragilis.

RESISTÊNCIA E RESISTÊNCIA CRUZADA
Resistência ao colistimetato de sódio é rara, todavia foi relatada a aquisição de resistência por Pseudomonas aeruginosa mucóide em cerca de 3%, portanto os testes de susceptibilidade devem ser efetuados em pacientes tratados por períodos prolongados.
Estudos in vitro também indicaram a aquisição de resistência por algumas cepas de Salmonella e E. coli, sendo que o mecanismo da resistência parece envolver a modificação de lipopolissacarídeos dos grupos fosfato da parede celular. Isso é corroborado pelo fato de certos microorganismos naturalmente resistentes ao colistimetato de sódio como Proteus mirabilis, Burkholderia cepacia apresentarem substituição completa de seus grupos lipopolissacarídeos.

RESISTÊNCIA CRUZADA
As polimixinas, incluindo o colistimetato de sódio, possuem um mecanismo de ação diferente ao comparar com outros antibióticos e há evidências que demonstram que bactérias Gram-negativas resistentes a outros antibióticos podem ser sensíveis ao colistimetato de sódio. A resistência às polimixinas não é cruzada com outros grupos de antibióticos.

PROPRIEDADES FARMACOCINÉTICAS
A figura abaixo mostra o comportamento farmacocinético do colistimetato de sódio após administração parenteral:

Níveis mais elevados foram obtidos em 10 minutos após administração IV. A concentração sérica declinou com uma meia-vida de 2-3 horas após administração intravenosa ou intramuscular em adultos e crianças, incluindo neonatos prematuros. O colistimetato de sódio é transferido através da barreira placentária e níveis sanguíneos de 1 mcg/mL são obtidos no feto após administração intravenosa à mãe.
Os níveis urinários médios variam de cerca de 270 mcg/mL em 2 horas para até 15 mcg/mL em 8 horas após administração intravenosa e de 200 até 25 mcg/mL durante um período similar após administração intramuscular.

DISTRIBUIÇÃO
Em um estudo onde pacientes de fibrose cística receberam 5 a 7 mg/Kg/dia em doses divididas administradas como infusão IV, a Cmax foi de 21,4 ± 5mg/L e a Cmin a 8 horas foi de 2,8 ± 1,8 mg/L.
A Cmax no stady-state foi de 23 ± 6 mg/L e a Cmin a 8 horas foi de 4,5 ± 4mg/L.
Em outro estudo onde pacientes de fibrose cística receberam 2.000.000 UI a cada 8 horas por 12 dias, a Cmax foi de 12,9 mg/L (5,7 – 29,6 mg/L) e a Cmin foi de 2,76 mg/L (1.0 – 6.2 mg/L).
Em voluntários sadios recebendo 150 mg de colistimetato de sódio equivalente a aproximadamente 2.000.000 UI por injeção em bolus, os níveis séricos de pico de 18 mg/L foram observados após 10 minutos.
O volume de distribuição foi calculado com 0,09 L/Kg em um estudo único com pacientes de fibrose cística.

BIOTRANSFORMAÇÃO
O colistimetato de sódio converte-se em sua base in vivo.
Aproximadamente 80% da dose parenteral é recuperada inalterada na urina. Não há excreção biliar.

ELIMINAÇÃO
Após administração IV, a excreção é primariamente renal com 40% de uma dose parenteral recuperada na urina em 8 horas e cerca de 80% em 24 horas. A dose deve ser reduzida em casos de pacientes com comprometimento renal de modo a prevenir acumulação.
A meia-vida de eliminação é de aproximadamente 1,5 horas após administração IV para adultos sadios. Isto é comparável com uma meia- vida de eliminação de 3,4 ± 1,4 horas quando pacientes de fibrose cística receberam uma infusão única de 30 minutos via IV.
A cinética do colistimetato de sódio parece similar em todos os grupos de pacientes onde a função renal esteja normal.

TOXICOLOGIA
Toxicidade aguda: A DL50 intravenosa foi de 41,5 mg/Kg em cães e 39 mg/Kg em camundongos, a toxicidade intramuscular foi de 42 mg/Kg em cães e 267 mg/Kg no camundongo.
Toxicidade subaguda: Em coelhos albinos e cães beagle, doses IV de 5,10 e 20 mg/Kg por 28 dias resultaram em níveis elevados de nitrogênio sanguíneo e urinário no cão (grupo de dose de 10 mg/Kg/dia) e em ambos os grupos na dose de 20 mg/Kg.