Características farmacológicas hytrin

HYTRIN com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de HYTRIN têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com HYTRIN devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



HYTRIN® (cloridrato de terazosina) é um bloqueador seletivo de adrenoceptores alfa-1, do tipo competitivo e de longa duração. É um derivado quinazolínico, representado pelo nome químico: cloridrato de 1– (4 – amino – 6,7 – dimetoxi – 2 – quinazolinil) – 4 – [(tetraidro – 2 – furanil)] carbonil] – piperazina diidratado. O cloridrato de terazosina é uma substância branca, cristalina, facilmente solúvel em água e em solução salina isotônica e tem um peso molecular de 459,93.

Farmacodinâmica: Em animais, o cloridrato de terazosina produziu um decréscimo na pressão arterial pela diminuição da resistência vascular periférica total. A ação hipotensora do cloridrato de terazosina parece ser produzido principalmente pelo bloqueio dos adrenoceptores alfa-1. O cloridrato de terazosina diminui a pressão arterial gradualmente dentro de 15 minutos após a administração oral. Em humanos, as pressões arteriais sistólica e diastólica são diminuídas em ambas as posições, supina e ereta. O efeito é mais pronunciado sobre a pressão diastólica. Geralmente, essas modificações não são acompanhadas de taquicardia reflexa. Um maior efeito na pressão arterial associado com picos de concentrações plasmáticas, nas primeiras horas após a administração, parece ser mais dependente da posição (maior na posição ereta) do que o efeito do cloridrato de terazosina após 24 horas, e na posição ereta há também um aumento nos batimentos cardíacos de 6 a 10 por minuto nas primeiras horas após a administração. Estudos sugerem que o bloqueio de adrenoceptores alfa-1 é também útil na melhora da urodinâmica em pacientes com obstrução crônica do esvaziamento da bexiga, como o que ocorre na hiperplasia prostática benigna (HPB). Os sintomas de HPB são causados principalmente pela presença de uma próstata aumentada e pelo tônus aumentado da musculatura lisa da saída da bexiga e da próstata, que é regulado pelos receptores adrenérgicos alfa-1. Em experimentos in vitro, o cloridrato de terazosina se mostrou capaz de antagonizar contrações induzidas por fenilefrina em tecido de próstata humana. Em estudos clínicos, o cloridrato de terazosina melhorou a urodinâmica e a sintomatologia de pacientes com HPB. Há uma tendência de ganho de peso dos pacientes durante o tratamento com cloridrato de terazosina. Em estudos clínicos controlados com placebo, os pacientes que receberam cloridrato de terazosina ganharam em média 740 g e 958 g de peso, respectivamente para homens e mulheres, contra perdas de 87 g e 522 g de peso, respectivamente para homens e mulheres recebendo placebo. Ambas as diferenças foram significativas. Durante estudos clínicos controlados, os pacientes que receberam cloridrato de terazosina tiveram uma melhora do perfil lipídico. Os pacientes recebendo cloridrato de terazosina como monoterapia tiveram um pequeno, mas estatisticamente significante, decréscimo no colesterol total e nas frações de lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e de densidade muito baixa (VLDL), comparado com placebo. Estes pacientes tiveram aumento, em relação a valores basais, das lipoproteínas de alta densidade (HDL), da relação de colesterol HDL/LDL e redução dos triglicerídeos. Entretanto, estas alterações não foram significantes em relação ao placebo. A administração de cloridrato de terazosina a longo prazo (6 meses ou mais) não produziu um padrão de alterações clinicamente significativas, que pudessem ser atribuídas ao fármaco, nos seguintes parâmetros clínico-laboratoriais: glicose, ácido úrico, creatinina, nitrogênio da uréia sanguínea, provas de função hepática e eletrólitos. A análise dos dados laboratoriais após administração de cloridrato de terazosina, sugerem a possibilidade de hemodiluição, baseada em decréscimos no hematócrito, hemoglobina, leucócitos, proteína total e albumina. Decréscimos no hematócrito e na proteína total têm sido descritos com bloqueio alfa e são atribuídos à hemodiluição.

Farmacocinética: O cloridrato de terazosina é completamente absorvido nos humanos. Alimentos têm pouco ou nenhum efeito na biodisponibilidade do cloridrato de terazosina. O cloridrato de terazosina mostrou sofrer mínimo metabolismo de primeira passagem e quase toda a dose em circulação está na forma da droga mãe. Os níveis plasmáticos atingem o pico ao redor de 1 hora após a administração e então declinam com uma meia-vida de aproximadamente 12 horas. O fármaco liga-se em alto grau às proteínas plasmáticas. Cerca de 10% de uma dose oral é excretada como inalterada pela urina e cerca de 20% é excretada nas fezes. O restante é excretado na forma de metabólitos. No total, cerca de 40% da dose administrada é excretada na urina e 60% nas fezes. A disposição desse fármaco em animais é qualitativamente similar àquela em humanos. A farmacocinética do cloridrato de terazosina parece ser independente da função renal. Isto pode evitar a necessidade de ajustar o regime de doses para pacientes com função renal diminuída.