Posologia de digoxina

DIGOXINA com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de DIGOXINA têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com DIGOXINA devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



A dose de DigoxinaR deve ser ajustada individualmente, de acordo com a idade, peso corporal e função renal. As doses sugeridas devem ser interpretadas somente como uma diretriz inicial.

– Controle
A concentração sérica de DigoxinaR deve ser expressa em nanogramas/mL (ng/mL) ou nanomoles/litro (nM/l). Para converter ng/mL para nM/l, multiplicar ng/mL por 1,28. As concentrações séricas de DigoxinaR podem ser determinadas por radioimunoensaio. Deve-se colher amostras de sangue a cada 6 horas ou mais apos a ultima dose de DigoxinaR.
Não ha diretrizes rígidas quanto a faixa de concentração sérica mais eficaz. Varias analises post hoc de pacientes com insuficiência cardíaca do estudo “Digitalis Investigation Group” sugerem que a concentração sérica ótima pode ser de 0,5 ng/mL (0,64 nanomol/l) a 1,0 ng/mL (1,28 nanomol/l).
A toxicidade da digoxina esta mais comumente associada a concentrações séricas da droga acima de 2 ng/mL. Entretanto, a intoxicação pode ocorrer com concentrações séricas menores. Ao decidir se os sintomas de um determinado paciente são causados por DigoxinaR, são fatores importantes a serem considerados o estado clinico, os níveis séricos de potássio e a
função da tireoide (ver Superdosagem).
Outros glicosídeos, incluindo metabolitos da DigoxinaR, podem interferir com as analises disponíveis e deve-se sempre ter cuidado com valores que não pareçam corresponder ao estado clinico do paciente.

Adultos e crianças com mais de 10 anos:
– Dose de ataque rápida
Caso seja clinicamente apropriado, uma rápida digitalização pode ser obtida de varias maneiras, como a seguir:
750 a 1500 μg (0,75 a 1,5 mg) como dose única.
Onde houver menor urgência, ou maior risco de intoxicação. Ex. em idosos, dose oral de ataque deve ser administrada dividindo as doses em 6 horas separadamente, com aproximadamente metade da dose total sendo administrada na primeira dose.
A resposta clinica deve ser avaliada antes de administrar cada dose adicional (Veja em Advertências).

– Dose de ataque lenta
Em alguns pacientes, por exemplo, aqueles com insuficiência cardíaca moderada, a digitalização pode ser alcançada mais lentamente com doses de 250 a 750 μg (0,25 a 0,75 mg) diariamente por 1 semana, seguidas da dose de manutenção apropriada. Uma resposta clinica deve ser observada dentro de 1 semana.
Nota: a escolha entre uma dose de ataque rápida ou lenta depende do estado clinico do paciente e da urgência da condição.

– Dose de Manutenção
Nota: a fórmula a seguir não deve ser usada para clearance de creat inina em crianças
A dose de manutenção deve ser baseada no percentual de reserva corporal máxima perdida a cada dia pela eliminação.
A seguinte formula tem tido um amplo uso clinico:
Dose de manutenção: reserva corporal máxima X % de perda diária / 100
Onde: reserva corporal máxima = dose de ataque
Perda diária (%) = 14 + clearance de creatinina (Ccr)/5
Ccr e o clearance de creatinina corrigido para 70 kg de peso corporal ou 1,73m2 de área de superfície corporal. Se apenas as concentrações de creatinina sérica (Scr) estão disponíveis, o Ccr (corrigido para um peso corporal de 70 kg) pode ser estimado para o homem como:
Ccr = (140 – idade)/[Scr (em mg/100mL)]
Nota: onde os valores de creatinina sérica são obtidos em μmol/L, estes podem ser convertidos para mg/100 mL (mg%) como se segue:
Scr (mg/100mL) = [Scr (μmol/l) x 113,12]/10.000= Scr (μmol/l)/88,4
Onde 113,12 e o peso molecular da creatinina.
Para mulheres este resultado deve ser multiplicado por 0,85.
Na pratica, isto significa que a maior parte dos pacientes com insuficiência cardíaca tomara doses de manutenção diárias entre 125 e 250 μg (0,125 – 0,25 mg) de digoxina; entretanto, naqueles que demonstrarem aumento da sensibilidade aos eventos adversos da digoxina, uma dose diária de 62,5 μg (0,0625 mg) ou menor pode ser suficiente. Por outro lado, alguns pacientes podem precisar de uma dose maior.

Neonatos e crianças menores de 10 anos.
Caso glicosídeos cardíacos tenham sido administrados em ate 2 semanas antes do inicio da terapia com digoxina, pode ser antecipado que a dose de ataque ótima de digoxina será inferior a recomendada. Em recém-nascidos, particularmente em crianças prematuras, o clearance renal de digoxina e menor e reduções na dose devem ser consideradas, além daquelas recomendadas.
Por outro lado, no período imediato apos o nascimento, o bebe geralmente requer doses proporcionalmente mais altas que as calculadas para adultos, com base na área de superfície de corporal, como indicado na tabela abaixo. Crianças maiores de 10 anos requerem doses de adultos proporcionais ao peso corporal.

Dose de ataque oral
Deve ser administrada de acordo com a seguinte tabela:

Neonatos prematuros < 1,5 kg

25 μg/kg em 24 horas

Neonatos prematuros 1,5 kg a 2,5 kg

30 μg/kg em 24 horas

Neonatos termos ate 2 anos

45 μg/kg em 24 horas

2 a 5 anos

35 μg/kg em 24 horas

5 a 10 anos

25 μg/kg em 24 horas



A dose de ataque deve ser administrada em doses divididas, com aproximadamente metade da dose total administrada na primeira tomada e depois em frações da dose total em intervalos de 4 a 8 horas, avaliando-se a resposta clinica antes da administração de cada dose adicional.

Dose de Manutenção
A dose de manutenção deve ser administrada de acordo com a tabela abaixo:

Neonatos prematuros

Dose diária = 20% da dose de ataque de 24 horas

Neonatos termos e crianças até 10 anos

Dose diária = 25% da dose de ataque de 24 horas



Estes esquemas de dosagem são indicados por diretrizes e devem sofrer criteriosa avaliação clinica e a monitoração dos níveis séricos de digoxina deve ser utilizadas como base para ajustes na dosagem neste grupo de pacientes pediátricos.
– Pacientes idosos
Em idosos, a tendência para ocorrência de distúrbios de função renal e para um maior número de indivíduos com pouca massa corporal influencia a farmacocinética da digoxina, de tal forma que níveis altos de digoxina no plasma podem causar intoxicação rápidamente, o que pode ser evitado com a redução das doses usualmente administradas em adultos. Os níveis de digoxina séricos devem ser checados regularmente para evitar hipocalémia.