Resultados de eficácia ofoxin

OFOXIN com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de OFOXIN têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com OFOXIN devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



Otites Externas
Em estudos sobre a microbiologia das otites externas, os principais agentes etiológicos bacterianos isolados foram a Pseudomonas aeruginosa (38%), o Staphylococcus epidermidis (9,1%), Staphylococcus aureus (7,8%) e Staphylococcus auricularis (2.0%) (Roland and Stroman, 2002). No nosso meio, a E. Coli também se configura como agente etiológico da otite externa (Figueiredo et al, 2004).
A terapia tópica das otites externas com antimicrobianos é recomendada de acordo com Guideline: Acute Otitis Externa American Academy of Otolaryngology-Head and Neck Surgery Foundation (Rosenfeld RM et al, 2006).
Em estudo clínico realizado por Minitti et al (1993), ciprofloxacino 0,5% se mostrou eficaz no tratamento de pacientes com otite externa e otite média aguda ou crônica com resposta favorável em 93% dos casos. Verificou-se que tais pacientes atingiram 5 objetivos desejados de cura ou melhora (Minitti et al, 1993).
Outro estudo clínico prospectivo, randomizado, duplo-cego, comparativo, utilizando soluções tópicas de ciprofloxacino 0,5% e gentamicina 0,3% foi realizado por Sabater et al em 1996. Neste estudo, foram analisados 47 pacientes com otite média crônica supurada e 54 pacientes com otite externa. Ciprofloxacino solução tópica 0,5% foi eficaz em 87 % dos pacientes com otite externa A medicação foi b em tolerada e não houve alteração dos testes audiométricos após a utilização do produto. (Sabater F et al., 1996).

Otite Média Crônica Supurativa
A otite média crônica supurativa é um processo inflamatório das estruturas do ouvido médio, caracterizada por fases supurativas e não supurativas e com a tendência de deixar sequelas. Os resultados de estudos realizados demonstram que entre os microorganismos gram negativos mais frequentemente encontrados nestas infecções destaca-se a Pseudomonas aeruginosa, enquanto que entre os gram positivos o mais encontrado é o Staphylococcus aureus (Ramos A et al 2003).
Diversos estudos clínicos demonstraram a eficácia do ciprofloxacino solução tópica no tratamento das otites médias supurativas (Esposito et al, 1990; Exposito et al, 1992; Sabater et al. 1996, Fradis et al, 1997, Ramos A et al, 2003).
Num estudo preliminar, Esposito et al (1990) demonstraram que o ciprofloxacino tópico apresentou alta porcentagem de resposta clínica favorável (100%) e erradicação bacteriana (95%). Neste ensaio clínico, taxas menores terapêuticas e erradicação bacteriana foram encontradas com o uso da terapia oral utilizando ciprofloxacino 250 mg 2 vezes ao dia de 5 a 10 dias. Dados de segurança, como preservação da audiometria e função vestibular após o tratamento, puderam apontar para resultados de não ototoxicidade do ciprofloxacino.
Estes mesmos autores realizaram um estudo comparativo com ciprofloxacino tópico e a gentamicina no tratamento da otite média crônica supurativa. Neste estudo foram incluídos sessenta pacientes. Uma resposta clínica favorável foi encontrada em 87%dos pacientes tratados com ciprofloxacino e taxas de erradicação bacteriana chegaram a 85%. Taxas de eficácia clínica e erradicação bacteriana foram estatisticamente superiores (P<.005) com o grupo tratado com ciprofloxacino comparadas ao grupo da gentamicina (Esposito et al, 1992).
Em outro estudo comparativo, Fradis et al (1997) compararam a eficácia do ciprofloxacino com a tobramicina e placebo no tratamento da otite média supurativa em 51 pacientes. O patógeno isolado com maior frequência neste estudo foi aP.aeruginosa. A sensibilidade bacteriana ao ciprofloxacina e à tobramicina foi 94,2% e 70,6% , respectivamente. Respostas clínicas favoráveis foram observadas em 78,9%, 72,2% e 41,2% dos pacientes tratados com ciprofloxacino, tobramicina e placebo, respectivamente. O ciprofloxacino demonstrou ser eficaz na indicação também neste estudo.
Solução tópica de ciprofloxacino 0,5% foi testada n o tratamento da otite média supurativa por Ramos etal, 2003. Um total de 300 pacientes foram incluídos, sendo distribuídos aleatoriamente em 5 grupos de tratamento: ciprofloxacino via oral, ciprofloxacino solução tópica 0,5%; ciprofloxacino tópico 0,2%; ciprofloxacino tópico 0,2% associado a ciprofloxacino oral; ciprofloxacino tópico 0,3% associado à fluorquinolona. Um grupo controle foi tratado com polimixina B associada à neomicina e hidrocortisona. Os índices de cura bacteriana observados foram de 84% para o grupo tratado com solução tópica de ciprofloxacino. Os melhores resultados foram obtidos com as formas tópicas que incluíam o ciprofloxacino (p<0,05) quando comparadas com o grupo controle (polimixina) e com o grupo cuja administração foi oral. A respeito da sua sensibilidade in vitro, o ciprofloxacino parece representar o antibiótico de eleição nas otites médias crônicas supurativas. Neste estudo, o seu índice de efetividade in vitro chegou a 87,7%. Além disso, o ciprofloxacino se mostra especialmente eficaz frente aos patógenos mais frequentes: P aeruginosa (92,6%) e Staphylococcus aureus (100%). Quanto à eficácia terapêutica observou-se que os grupos tratados com ciprofloxacino solução tópica apresentaram melhores resultados que o grupo controle (p<0,01). Todos estes dados evidenciam a importância da via de administração dos antibióticos para o tratamento das afecções do ouvido médio. As concentrações no sítio de ação alcançadas utilizando via oral de administração são inferiores às observadas no resto do organismo. Sabendo-se que a concentração inibitória mínima (MI C-90) para patógenos como a Pseudomonas aeruginosa se situa em torno de 1 mg/L e que a concentração alcançada com a utilização de ciprofloxacino oral em doses de 500 mg 2 vezes ao dia chega a 1,07 mg/L, observa-se pequenas margens de segurança na forma oral de administração (Ramos et al 2003).
Em outro estudo comparativo utilizando-se solução tópica de ciprofloxacino 0,5% e gentamicina tópica 0,3%, Sabater et al (1996) analisaram 47 pacientes com otite média crônica supurativa. Obteve-se uma porcentagem de sucesso terapêutico em 95%dos pacientes tratados com ciprofloxacino solução tópica 0,5%. Neste estudo, não se observou efeito tóxico do ciprofloxacino solução 0,5% (Sabater et al, 1996).

Profilaxia nas Timpanostomias (Timpanoplastias)
Timpanoplastia é o termo adequado utilizado para descrever o procedimento de reconstrução da membrana timpânica perfurada nos casos de otites médias crônicas (Valentini Junior et al, 1998). Geralmente este procedimento pode vir a ser complicado por otorreia purulenta, sendo a profilaxia com antimicrobianos tópicos utilizada de rotina com nível de evidência 1a e Grau de recomendação A, de acordo com meta-análise realizada (Morpeth et al, 2001 e Hochman et al, 2006).
Para analisar a eficácia na diminuição da incidência de otorreia após timpanoplastia com uso do ciprof loxacino tópico, Nawasreh O e Wedyan I (2004) estudaram 150 pacientes em estudo clínico randomizado. Foram avaliados três grupos: Grupo 1 (grupo controle) recebendo antibiótico tópico, Grupo 2 recebendo ciprofloxacino tópico intraoperatório e Grupo 3 recebendo ciprofloxacino tópico intraoperatório seguido de cinco dias de tratamento. O uso do ciprofloxacino tópico após a timpanoplastia foi associado a uma diminuição significativa na incidência de otorreia precoce pós- timpanoplastia. A taxa de incidência de otorreia no grupo controle foi de 16,5% e nos grupos tratados com ciprofloxacino tópico foram: Grupo 1 com 8,4%, Grupo 2 com 8,2% (p=0,011). Doses únicas foram eficazes na profilaxia de pacientes com ouvido médio sem efusões purulentas ou com efusões serosas. Nos casos em que ocorriam efusões mucosas ou purulentas, o esquema de cinco dias de tratamento pós-operatório foi indicado. De acordo com este estudo, a administração tópica de c iprofloxacino em dose única após timpanoplastia foi eficaz na prevenção da otorreia precoce e um curso prolongado de 5 dias de tratamento estaria indicado naqueles casos onde foram observadas secreções purulentas.
Morpeth et al, 2001 realizaram outro estudo em 110 pacientes, no qual o ciprofloxacino tópico além de eficaz na profilaxia da otorreia pós- timpanoplastia, foi indicado por ser menos ototóxico do que as corticosporinas.
Num terceiro estudo, Zipfel TE et al, 1999 evoluíram 154 pacientes submetidos à timpanoplastia. Para cada sujeito, em um ouvido foi administrado ciprofloxacino tópico e o ouvido contra lateral foi utilizado como controle. A otorreia pós-timpanopla stia ocorrida no período pós-cirúrgico de 24 horas até duas semanas foi avaliada. A aplicação tópica do ciprofloxacino após o procedimento cirúrgico esteve associada a uma incidência significativamente menor de otorreia pós-cirurgia d e timpanoplastia. A incidência de otorreia no grupo controle e de tratamento foi de 9,1% e 3,1%, respectivamente (p=0,029). Concluiu-se, a partir deste estudo que a aplicação tópica do ciprofloxacino pós-cirúrgico é eficaz na prevenção da otorreia pós-timpanoplastia.