Características farmacológicas zoflux

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A doxazosina exerce seu efeito vasodilatador através do bloqueio seletivo e competitivo dos receptores alfa-1 adrenérgicos pós-juncionais.

Hiperplasia Prostática Benigna (HPB): é uma causa comum de obstrução do fluxo urinário em homens adultos ou idosos, podendo levar à retenção urinária e danos renais. Os sintomas e a retenção do fluxo urinário associados à HPB têm a contribuição de componentes estáticos, tamanho aumentado da próstata (em parte pela proliferação das células musculares lisas no estroma prostático) e componente dinâmico, associado ao tônus muscular aumentado na prostáta e colo da bexiga. O tônus nesta área é mediado pelo receptor alfa-1 adrenérgico, presente em grande quantidade na cápsula e estroma prostático e colo da bexiga. O bloqueio do receptor alfa- 1 adrenérgico diminui a resistência uretral aliviando a obstrução e os sintomas da HPB. A administração de doxazosina em pacientes com HPB sintomática resulta em melhora significativa, urodinâmica e dos sintomas associados. Acredita-se que a doxazosina bloqueie seletivamente esses receptores.
Os efeitos funcionais e a ligação aos sítios alfa-1 foram avaliados no adenoma de próstata por Lepor e colaboradores [Prostate 1990; 16(1): 29-38]. Segundo estes autores a afinidade da doxazosina aos receptores alfa1 prostáticos é cerca de 100 vezes maior do que aos receptores alfa-2. Devido à seletividade do bloqueio dos receptores alfa-1adrenérgicos, ela não está associada aos efeitos sistêmicos e cardiovasculares indesejáveis dos bloqueadores alfa-2 não seletivos.

Hipertensão: A administração da doxazosina em pacientes hipertensos reduz a pressão sangüínea clínica e significativamente, resultante da redução da resistência vascular sistêmica. Em pacientes hipertensos há uma pequena mudança no débito cardíaco. Acredita-se que este efeito seja resultado do bloqueio seletivo de receptor alfa-1 adrenérgico, localizado nos vasos sangüíneos. Estudos em indivíduos normais mostraram que a doxazosina antagoniza competitivamente os efeitos pressóricos da fenilefrina (antagonista alfa-1) e da norepinefrina. Com dose única diária, reduções clinicamente significativas da pressão sangüínea são obtidas por até 24 horas após a administração. Ocorre redução gradual da pressão sangüínea, com picos máximos observados geralmente em 2-6 horas após a administração e está associada a um leve aumento da frequência cardíaca com o paciente na posição ortostática. Nos pacientes hipertensos, a pressão sangüínea durante o tratamento com doxazosina mostra-se similar tanto na posição supina quanto em pé. Ao contrário dos agentes bloqueadores alfa-adrenérgicos não seletivos, não foi observado o aparecimento de tolerância na terapia a longo prazo. Durante a terapia de manutenção podem ser observadas esporadicamente taquicardia e elevação da renina plasmática.
A doxazosina produz efeitos favoráveis nos líquidos plasmáticos, com aumento significante na relação HDL/colesterol total e reduções significantes nos triglicérides e colesterol total, oferecendo vantagem sobre os diuréticos e betabloqueadores que afetam adversamente estes parâmetros. Os efeitos favoráveis da doxazosina sobre a pressão sanguínea e os lipídios plasmáticos apontaram para uma redução no risco de doença cardíaca coronária. O tratamento com a doxazosina tem resultado em regressão da hipertrofia ventricular esquerda, inibição da agregação plaquetária e em estimulação da capacidade ativadora de plasminogênio tecidual. Melhora também a sensibilidade à insulina em pacientes com este tipo de comprometimento.
A doxazosina mostrou-se livre de efeitos metabólicos adversos e é adequada para uso em pacientes com asma, diabetes, disfunção do ventrículo esquerdo, gota, hiperplasia prostática benigna e em pacientes idosos.

PROPRIEDADES FARMACOCINÉTICAS
Absorção: Após administração oral de doses terapêuticas, a doxazosina é bem absorvida, apresentando picos sanguíneos em cerca de 2 horas. O efeito dos alimentos na farmacocinética da doxazosina foi avaliado através de um estudo cruzado com 12 indivíduos hipertensos.
Quando administrada com alimentos foram observadas reduções de 18% na concentração média plasmática e 12% na área sob a curva de concentração plasmática vs. Tempo. Nenhuma dessas diferenças foi estatística ou clinicamente significativa.

Biodisponibilidade: Sua biodisponibilidade é cerca de 64%. A doxazosina é extensamente metabolizada e menos de 5% é eliminada na forma inalterada. A doxazosina é metabolizada principalmente no fígado por o–desmetilação do núcleo quinazolínico e hidroxilação da subunidade benzodioxana. Embora muitos dos metabólitos da doxazosina tenham sido identificados, a farmacocinética deles não foi caracterizada. Num estudo com 2 indivíduos que receberam em duas ocasiões separadas, 2 mg via oral e 1 mg via intravenosa de doxazosina radiomarcada, cerca de 63% da dose foi eliminada nas fezes e 9% foi encontrada na urina. Em média, apenas 4,8% da dose foram eliminadas na forma inalterada nas fezes e apenas traços da dose radiomarcada total na urina foi atribuída à forma inalterada.

Eliminação: A eliminação da doxazosina é bifásica com uma meia-vida de eliminação terminal de cerca de 22h, o que proporciona a base para a administração em dose única diária. A primeira fase de eliminação ocorre entre 3 e 12 horas após administração oral, e a segunda fase ocorre 12 a 20 horas após sua administração. Estudos em dose múltipla em hipertensos que receberam doses de 2-16 mg de doxazosina uma vez ao dia mostraram cinéticas lineares e proporcionalidade entre as doses. Nos dois estudos, após a administração de 2 mg via oral uma vez ao dia, as relações da acumulação média (dose-múltipla ASC vs.primeira dose ASC) foram 1,2 e 1,7. É sugerida uma recirculação êntero-hepática pela presença de um pico secundário das concentrações plasmáticas da doxazosina.

Distribuição: Cerca de 98% da doxazosina, administrada em doses terapêuticas, encontram-seligadas às proteínas plasmáticas. A farmacocinética da doxazosina em adultos e idosos (> 65 anos) foi similar para os valores de meia vida plasmática e clearance da dose. Em pacientes idosos com alteração da função renal não foram demonstradas diferenças farmacocinéticas importantes quando comparados a indivíduos jovens com função renal normal. Em um estudo clínico realizado com 12 pacientes com disfunção hepática moderada, a administração de dose única de doxazosina resultou em aumento de 43% na área sob a curva (ASC) e redução de 40% no clearance oral aparente. Assim como qualquer outro fármaco completamente metabolizado pelo fígado, o uso de doxazosina em pacientes com disfunção hepática deve ser feito cuidadosamente (vide “Advertências”).