Advertências angeliq

ANGELIQ com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de ANGELIQ têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com ANGELIQ devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



Angeliq® não pode ser usado como contraceptivo.
Antes de iniciar a terapia, todas as condições/fatores de risco mencionados a seguir devem ser considerados ao determinar o risco/benefício do tratamento para cada paciente.

Durante o uso da TRH, a terapia deve ser descontinuada imediatamente caso ocorra qualquer uma das condições citadas no item Contraindicações, assim como nas seguintes situações:
-enxaqueca ou cefaleias frequentes com intensidade fora do habitual que ocorram pela primeira vez ou se houver quaisquer outros sintomas que sejam possíveis sinais prodrômicos de acidente cerebrovascular;
-recorrência de icterícia ou prurido colestáticos que tenham surgido pela primeira vez durante gravidez ou uso prévio de esteroides sexuais;
-sintomas ou suspeita de um evento trombótico.
No caso de ocorrência ou agravamento das condições ou fatores de riscos descritos a seguir, a análise individual do risco/benefício deve ser realizada novamente, levando- se em consideração a possível necessidade de descontinuação da terapia.
O potencial para risco sinérgico aumentado de trombose deve ser considerado em mulheres que apresentem uma combinação de fatores de risco ou um determinado
fator de risco de maior gravidade . Esse fator de risco pode ser maior que o simples risco cumulativo dos fatores de risco. A TRH não deve ser prescrita quando a avaliação risco/benefício for desfavorável.

– Tromboembolismo venoso
Estudos epidemiológicos e estudos controlados randomizados sugerem um aumento do risco relativo de desenvolvimento de tromboembolismo venoso (TEV), ou seja, trombose venosa profunda ou embolia pulmonar. Portanto, a relação risco-benefício deve ser cuidadosamente avaliada, em conjunto com a paciente, quando se prescrever TRH para mulheres que apresentem fator de risco para TEV.
Os fatores de risco geralmente reconhecidos para TEV incluem história pessoal ou familiar (a ocorrência de TEV em um familiar em primeiro grau, em idade relativamente precoce, pode indicar predisposição genética) e obesidade grave. O risco de TEV também aumenta com a idade. Não há consenso sobre a possível influência de veias varicosas no desenvolvimento de TEV.
O risco de TEV pode estar temporariamente aumentado em casos de imobilização prolongada, cirurgia eletiva ou pós-traumática de grande porte ou trauma extenso. Dependendo da natureza da ocorrência e da duração da imobilização, deve-se considerar a interrupção temporária da TRH.

– Tromboembolismo arterial
Dois grandes estudos clínicos realizados com estrogênios equinos conjugados (EEC) combinados com acetato de medroxiprogesterona (AMP), em esquema de administração contínua, indicaram um possível aumento do risco de cardiopatia coronariana no primeiro ano de uso e nenhum benefício após este período. Um estudo clínico abrangente, realizado com EEC administrados isoladamente, indicou um potencial para redução da taxa de cardiopatia coronariana em mulheres com idade entre 50 e 59 anos e nenhum benefício geral na população total estudada. Como desfecho secundário, verificou-se um aumento de 30 a 40% no risco de acidente vascular cerebral em dois grandes estudos clínicos realizados com EEC administrados isoladamente ou em combinação com AMP. Não se sabe se estes achados também se aplicam a outros medicamentos para TRH ou para vias de administração não-oral.

– Doenças da vesícula biliar
O aumento da litogenicidade da bile provocado por estrogênios é conhecido. Algumas mulheres são predispostas a desenvolver doenças da vesícula biliar durante a terapia estrogênica.

– Demência
Existe evidência limitada, observada em estudos clínicos realizados com produtos contendo estrogênios equinos conjugados (EEC), de que a terapia hormonal pode aumentar o risco de provável demência, se iniciada em mulheres com idade igual ou superior a 65 anos. O risco pode diminuir se o tratamento for iniciado próximo da menopausa, como observado em outros estudos. Não se sabe se estes achados também se estendem a outros medicamentos para TRH.

– Tumores
-Câncer de mama
Estudos clínicos e observacionais relataram aumento do risco de se ter diagnosticado câncer de mama em mulheres que usaram TRH por vários anos. Estes achados podem ser devido ao diagnóstico precoce, aos efeitos da promoção do crescimento de tumores preexistentes ou à combinação de ambos.
A estimativa para o risco relativo global de diagnóstico de câncer de mama fornecida em mais de 50 estudos epidemiológicos variou entre 1 e 2, na maioria dos estudos.
O risco relativo aumenta com a duração do tratamento e pode ser menor ou possivelmente neutro com medicamentos contendo somente estrogênios.
Dois grandes estudos clínicos randomizados, realizados com estrogênios equinos conjugados (EEC) administrados isoladamente ou em combinação com AMP em uso contínuo, apresentaram riscos estimados de 0,77 (IC 95%: 0,59 – 1,01) ou de 1,24 (IC 95%: 1,01 – 1,54) após aproximadamente 6 anos de uso de TRH. Não se sabe se o risco aumentado também se aplica a outros medicamentos para TRH.
Aumentos similares em diagnóstico de câncer de mama são observados, por exemplo, nos casos de atraso da menopausa natural, ingestão de bebida alcoólica ou adiposidade.
O aumento no risco desaparece dentro de poucos anos após a descontinuação do uso da TRH.
A TRH aumenta a densidade de imagens mamográficas, o que pode afetar adversamente a detecção radiológica do câncer de mama em alguns casos.

-Câncer endometrial
A exposição prolongada a estrogênios administrados isoladamente aumenta o risco de desenvolvimento de hiperplasia ou carcinoma endometrial. Estudos sugerem que a adição apropriada de progestógeno na terapia elimina esse aumento no risco. A adição de DRSP opõe-se ao desenvolvimento de hiperplasia endometrial promovida por estrogênios.

-Tumor hepático
Após o uso de hormônios como os contidos em medicamentos destinados à TRH, foram observados, em casos raros, tumores hepáticos benignos e, mais raramente, tumores malignos que, em casos isolados, ocasionaram hemorragias intra-abdominais com risco para a vida da paciente. Se ocorrer dor no abdome superior, hepatomegalia ou sinais de hemorragia intra-abdominal deve-se incluir tumor hepático nas considerações diagnóstico-diferenciais.

– Outras condições
Não foi estabelecida uma associação geral entre o uso da TRH e o desenvolvimento de hipertensão clínica. Foram relatados pequenos aumentos na pressão arterial em usuárias de TRH; os aumentos clinicamente relevantes são raros. Entretanto, se em determinada paciente se desenvolver hipertensão mantida, clinicamente significativa, deve-se considerar a descontinuação da TRH.
Angeliq® apresenta potencial para diminuir a pressão arterial em mulheres hipertensas. Não são esperadas alterações relevantes na pressão arterial em mulheres normotensas.
A capacidade de excreção de potássio pode estar limitada em pacientes com insuficiência renal. Em um estudo clínico, a ingestão de drospirenona (DRSP) não apresentou efeito sobre a concentração sérica de potássio em pacientes com insuficiência renal leve ou moderada. Pode existir risco teórico de hipercalemia apenas em pacientes cujo nível de potássio sérico antes do início do uso de TRH esteja no limite superior da normalidade e que, adicionalmente, estejam utilizando medicamentos poupadores de potássio.
Distúrbios moderados da função hepática, incluindo hiperbilirrubinemias, tais como as síndromes de Dubin-Johnson ou de Rotor, necessitam de supervisão rigorosa e monitoramento periódico da função hepática. Em caso de alteração dos marcadores da função hepática, deve-se descontinuar a TRH.
Mulheres com níveis moderadamente elevados de triglicérides necessitam de acompanhamento especial. A TRH, nestes casos, pode estar associada a um aumento adicional no nível de triglicérides, levando ao risco de pancreatite aguda.
Embora a TRH possa ter efeito na resistência periférica à insulina e na tolerância à glicose, geralmente não há necessidade de alterar o regime terapêutico para pacientes com diabetes em uso de TRH. Entretanto, estas pacientes devem ser cuidadosamente monitoradas durante a terapia.
Algumas pacientes podem desenvolver manifestações indesejáveis geradas pela estimulação estrogênica durante a TRH, como sangramento uterino anormal. Se durante a terapia ocorrer sangramento uterino anormal de forma frequente ou persistente, recomenda-se avaliação endometrial.
Leiomiomas uterinos (miomas) podem aumentar de tamanho sob a influência de estrogênios. Caso seja observado este aumento, o tratamento deve ser descontinuado.
Se ocorrer reativação de endometriose durante a TRH, recomenda-se a descontinuação do tratamento.
Se a paciente apresentar diagnóstico de prolactinoma, é necessário um acompanhamento médico rigoroso, incluindo avaliação periódica dos níveis de prolactina.
Ocasionalmente pode ocorrer cloasma, especialmente em mulheres com história de cloasma gravídico. Mulheres com tendência a cloasma devem evitar exposição ao sol ou à radiação ultravioleta enquanto estiverem em utilizando TRH.
Foi relatado que a TRH pode propiciar o desenvolvimento ou agravar as afecções listadas a seguir. Embora não exista evidência conclusiva da associação com a TRH, as mulheres que apresentarem alguma das condições abaixo e que estiverem em terapia de reposição hormonal devem ser cuidadosamente monitoradas.
-epilepsia;
-doença benigna da mama;
-asma;
-enxaqueca;
-porfiria;
-otosclerose;
-lúpus eritematoso sistêmico;
-coreia menor.
Em mulheres com angioedema hereditário, o uso de estrogênios exógenos pode induzir ou intensificar sintomas de angioedema.

– Gravidez e lactação
Angeliq não deve ser utilizado durante a gravidez e a lactação (vide item “Contraindicações”). Caso a paciente engravide durante o uso de Angeliq, o tratamento deve ser descontinuado imediatamente. Não existem dados clínicos sobre exposição ao Angeliq® durante a gestação. Estudos com animais demonstraram reações adversas durante a gestação e a lactação (vide item “Dados de segurança pré-clínicos”). O risco potencial para humanos é desconhecido. Os resultados de estudos epidemiológicos até o momento não indicaram efeito teratogênico decorrente da ingestão inadvertida de associações de estrogênio/progestógeno durante a gestação.
Pequenas quantidades de DRSP são excretadas com o leite materno.

– Consultas / exames médicos
Antes de iniciar ou retomar o uso da TRH, é necessário obter o histórico clínico detalhado e realizar exame clínico completo, considerando os itens descritos em “Contraindicações” e “Advertências e Precauções”; estes acompanhamentos devem ser repetidos periodicamente durante o uso da TRH. A frequência e a natureza destas avaliações devem ser baseadas em condutas médicas estabelecidas e adaptadas a cada usuária, mas, em geral, devem incluir pressão arterial, mamas, abdome e órgãos pélvicos, incluindo citologia cervical.

– Efeitos sobre a habilidade de dirigir veículos ou operar máquinas
Não foram observados efeitos.