Resultados de eficácia piracetam

Piracetam com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de Piracetam têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com Piracetam devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



Acidente vascular cerebral isquêmico agudo
Em um estudo multicêntrico, placebo-controlado, duplo-cego, randomizado, pacientes (n=927) com AVC isquêmico agudo que receberam piracetam dentro de 12 horas do início dos sintomas experimentaram melhoras dos estados funcional e neurológico que não diferenciaram do placebo. No entanto, análise de subgrupos post-hoc demonstraram benefício significativo em pacientes com início de danos neurológicos importantes que receberam tratamento dentro de 7 horas do início do AVC (p< 0,02).
Os pacientes receberam 12 g de piracetam via intravenosa por 20 minutos, seguidos por 12 g diários por 4 semanas e 4,8 g diários por um adicional de 8 semanas.
O nível de independência funcional nas atividades realizadas diariamente foi avaliado durante as 12 semanas utilizando o Índice Barthel. A incidência e a severidade dos eventos adversos não foram diferentes entre os grupos em tratamento. A mortalidade em geral foi maior nos pacientes recebendo piracetam, entretanto, esta diferença não alcançou significância estatística.
A idade e a severidade do início do AVC foram os mais fortes prognósticos de mortalidade, seguidos de acidente vascular cerebral isquêmico agudo (De Deyn, P.P. 1997). Em uma análise de intenção de tratamento, foi encontrado um significativo aumento no número de pacientes que se recuperaram de afasia quando comparados ao placebo (p=0,04) (Orgogozo, J.M. 1998). Isto foi concluído numa análise de acompanhamento (84 dias pós-AVC) revisando os resultados no sub-grupo tratado dentro das 7 horas do AVC (n=460).
AFASIA
Pacientes sofrendo de afasia devido a acidente vascular cerebral, danos cerebrais ou cirurgia cerebral foram randomizados, recebendo 4,8 g de piracetam diariamente (n=24) ou placebo (n=26) junto com intensiva terapia para conversação durante 6 semanas. Os pacientes foram avaliados utilizando o Teste Aachen Aphasia (AAT). A pontuação média para todos os sub-testes AAT foi maior com piracetam; entretanto, apenas a linguagem por escrito foi significativamente maior (p< 0,05). Estudos adicionais a longo prazo são necessários (Huber, W. 1997).
DIST+RBIOS COGNITIVOS
Uma revisão da literatura publicada em 1991 (Vernon, M.W. 1991) sobre o uso do piracetam nos distúrbios cognitivos senis mostrou que em vários estudos foram obtidos resultados favoráveis quanto à melhora da memória e funções intelectuais dos pacientes. O piracetam foi extremamente bem tolerado em dosagens variando entre 2,4 a 4,8g/dia, sendo praticamente isento de efeitos colaterais.
DISLEXIA
Em um estudo placebo-controlado, duplo-cego, envolvendo 225 crianças com dislexia (7 a 13 anos de idade), piracetam xarope (0,33g/mL) em doses de 1,65g duas vezes ao dia foi significativamente superior ao placebo na melhora da habilidade de leitura (Pontuação Gray Oral Total Passage) e compreensão de leitura (Pontuação Gray and Gilmore Comprehension) durante todo um período de tratamento de 36 semanas (Wilsher, C. 1985). Melhora na pontuação Gray Oral Total Passage indica uma melhora geral baseada na combinação da velocidade e precisão de leitura.
VERTIGO
Redução da freqüência do ataque, redução da severidade do mal-estar e desequilíbrio entre os episódios, bem como uma redução da duração de incapacidade foram benefícios atribuídos ao piracetam 800 mg 3 vezes ao dia por 8 semanas, em um estudo controlado multicêntrico com 143 pacientes com vertigens.
A severidade de cada episódio não foi influenciada nem pelo piracetam nem pelo placebo, e não houve diferenças significativas entre tratamentos de outros sintomas ou sinais gerais durante os intervalos entre os episódios. Qualquer benefício de piracetam foi perdido no acompanhamento de 4 semanas após a interrupção do tratamento. Os resultados foram similares em um subgrupo diagnosticado com Doença de Meniere.
Para inclusão, vertigem foi definida como uma ilusão de movimentos rotatórios e/ou marítimos, com 3 ou mais eventos mensais durante pelo menos os 3 meses anteriores. Somente pacientes com vertigem de origem central ou periférica foram incluídos. Doze pacientes de cada grupo foram excluídos do estudo devido a eventos adversos, embora apenas um foi atribuído à terapia com a droga; um total de 54 pacientes não cumpriram por completo as 8 semanas de estudo. Os resultados foram similares para ambas as análises, de intenção de tratar ou limitada para aqueles que finalizaram com sucesso as 8 semanas (Rosenhall, U. 1996) .
Um pequeno estudo não-controlado relatou efeitos benéficos de piracetam 800 mg 3 vezes ao dia por 1 mês em pacientes com vertigem (pré-vertigem ou insuficiência vertebrobasilar). A atividade de caminhar melhorou em todos os 5 pacientes tratados, em associação com o alívio sintomático da vertigem (Fernandes, C.M.C. 1985) .