Características farmacológicas byetta

BYETTA com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de BYETTA têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com BYETTA devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



Descrição
BYETTA melhora o controle glicêmico em pessoas com diabetes tipo 2. BYETTA é um peptídeo sintético que difere na estrutura química e ação farmacológica da insulina, sulfonilureias (incluindo derivados da D-fenilalanina e meglitinidas), biguanidas, tiazolidinediona, inibidores de alfa-glicosidase, amilinomiméticos e inibidores da dipeptidil peptidase-4. A exenatida é um peptídeo amida com 39 aminoácidos, com fórmula empírica C184H282N50O60S e peso molecular de 4186,6 daltons. A exenatida suprime a secreção inadequadamente elevada de glucagon durante períodos de hiperglicemia em paciente com diabetes tipo 2, lentifica o esvaziamento gástrico e diminui a ingestão de alimentos.

Mecanismo de ação
As incretinas, tais como o peptídeo glucagon-símile-1 (GLP-1), aumentam a secreção de insulina dependente de glicose e exibem outras ações anti-hiperglicêmicas após sua liberação pelo intestino para a circulação. A exenatida é um agonista do receptor do GLP-1, levando ao aumento da secreção de insulina dependente de glicose pela célula beta pancreática, suprime o glucagon inapropriadamente elevado e lentifica o esvaziamento gástrico.
A sequência de aminoácidos da exenatida sobrepõe parcialmente a sequência do GLP-1 humano. A exenatida mostrou ligar-se e ativar in vitro o conhecido receptor GLP-1 humano. Isso conduz a um aumento em ambas as sínteses de insulina, dependente de glicose e secreção in vivo de insulina, a partir das células beta pancreáticas, pelo mecanismo envolvendo AMP cíclico e/ou outras vias sinalizadoras intracelulares.
BYETTA melhora o controle glicêmico pela redução da concentração de glicose em jejum e pós- prandial em pacientes com diabetes tipo 2 através das ações descritas abaixo.

Propriedades Farmacodinâmicas
-Secreção de insulina dependente de glicose: BYETTA tem efeitos agudos sobre a sensibilidade das células beta pancreáticas à glicose e conduz à liberação de insulina apenas na presença de concentrações elevadas de glicose. Essa secreção de insulina diminui conforme as concentrações sanguíneas de glicose aproximam-se da euglicemia. Entretanto, BYETTA não prejudica a resposta normal de glucagon para a hipoglicemia.

-Primeira fase da resposta insulínica: Em indivíduos sadios, a secreção vigorosa de insulina ocorre durante os 10 primeiros minutos após a administração endovenosa (EV) de glicose. Esta secreção, conhecida como “primeira fase da resposta insulínica”, está caracteristicamente ausente em pacientes com diabetes tipo 2. A perda da primeira fase da resposta insulínica é um defeito precoce das células beta no diabetes tipo 2. A administração de BYETTA em concentrações plasmáticas terapêuticas restabelece a primeira fase da resposta insulínica para um bolus EV de glicose em pacientes com diabetes tipo 2. Ambas as secreções de primeira e de segunda fase de insulina foram significantemente elevadas em pacientes com diabetes tipo 2 tratados com BYETTA, comparado com salina (p < 0,001 para ambos).

-Secreção de glucagon: Em pacientes com diabetes tipo 2, BYETTA abranda a secreção de glucagon e reduz as concentrações séricas de glucagon durante os períodos de hiperglicemia. Concentrações mais baixas de glucagon levam à diminuição da liberação de glicose pelo fígado e à diminuição da demanda de insulina.

-Esvaziamento gástrico: BYETTA lentifica o esvaziamento gástrico, reduzindo a velocidade com que a glicose proveniente da refeição apareça na circulação.

-Ingestão alimentar: Tanto em animais quanto em humanos, a administração de exenatida mostrou reduzir a ingestão alimentar.

-Glicose pós-prandial: Em pacientes com diabetes tipo 2, BYETTA reduz as concentrações plasmáticas de glicose pós-prandial.

-Glicose em jejum: Em um estudo cruzado de dose única em pacientes com diabetes tipo 2 e hiperglicemia de jejum, uma liberação imediata de insulina seguiu-seà injeção de BYETTA. As concentrações plasmáticas de glicose foram significantemente reduzidas com BYETTA comparado com placebo.

Propriedades Farmacocinéticas
– Absorção: Após a administração subcutânea em pacientes com diabetes tipo 2, a exenatida atinge os picos medianos de concentrações plasmáticas em 2,1 h. O pico médio da concentração de exenatida (Cmáx) foi de 211 pg/mL e a média geral da área sob a curva (AUC0-inf) foi de 1036 pg.h/mL após a administração subcutânea de uma dose de 10 mcg de BYETTA. A exposição da exenatida (AUC) aumentou proporcionalmente ao intervalo de dose terapêutica de 5 mcg a 10 mcg. Os valores de Cmáx aumentaram menos que proporcionalmente no mesmo intervalo de 5 mcg a 10 mcg. Exposição semelhante é atingida com a administração subcutânea de BYETTA no abdome, coxa ou braço.
-Distribuição: O volume de distribuição médio aparente da exenatida, após a administração subcutânea de uma única dose de BYETTA é de 28,3 L.

-Metabolismo e Eliminação: Estudos não clínicos mostraram que a exenatida é predominantemente eliminada pela filtração glomerular com subsequente degradação proteolítica. O clearance médio aparente em humanos é de 9,1 L/h e a meia-vidaterminal média é de 2,4 h. Essas características farmacocinéticas da exenatida são independentes da dose. Na maioria dos indivíduos, as concentrações de exenatida são mensuráveis por aproximadamente 10 h após a dose.

Farmacocinética em Populações Especiais
-Insuficiência Renal: Em pacientes com insuficiência renal leve a moderada o clearance de exenatida foi apenas levemente reduzido. Em pacientes com doença renal em fase terminal recebendo diálise, o clearance médio de exenatida é reduzido para 0,9 L/h, comparado com 9,1 L/h em indivíduos sadios.

-Insuficiência Hepática: Nenhum estudo farmacocinético foi realizado em pacientes com um diagnóstico de insuficiência hepática crônica ou aguda. Devido à exenatida ser depurada principalmente pelo rim, não se espera que a disfunção hepática afete as concentrações sanguíneas de exenatida.

-Idade: A análise farmacocinética de população dos pacientes (intervalo de 22 a 73 anos) sugere que a idade não influencia as propriedades farmacocinéticas da exenatida.

-Adolescentes: Em um estudo farmacocinético, de dose única, em pacientes com diabetes tipo 2 entre 12 e 16 anos recebendo exenatida (5 mcg) resultou em uma farmacocinética similar àquela observada na população adulta.

-Sexo: A análise farmacocinética de população dos pacientes masculinos e femininos sugere que o sexo não influencia a distribuição e eliminação da exenatida.

-Etnia: A análise farmacocinética de população dos pacientes incluindo caucasianos, hispânicos, asiáticos e negros sugere que a etnia não tem influência significante na farmacocinética da exenatida.

-Obesidade: A análise farmacocinética de população de pacientes obesos (IMC 30 kg/m2) e não obesos sugere que a obesidade não tem efeito significante na farmacocinética da exenatida.