Características farmacológicas livial

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Propriedades farmacodinâmicas
Após administração oral, a tibolona é rapidamente metabolizada em três compostos, que contribuem para o perfil farmacodinâmico de Livial. Dois dos metabólitos (3-OH-tibolona e 3ß- OH-tibolona) apresentam atividade estrogênica, ao passo que o terceiro metabólito (isômero-Δ4 da tibolona) apresenta atividade progestagênica e androgênica.
Livial permite a reposição da perda na produção estrogênica em mulheres pós-menopausadas propiciando alívio dos sintomas da menopausa. Livial previne a perda óssea após a menopausa ou
ooforectomia.

– Estudos in vitro:
Estudos in vitro sugerem que a tibolona exerce efeitos tecido-seletivos devido ao metabolismo local e aos efeitos locais nos sistemas enzimáticos. O isômero-Δ4 é formado principalmente no tecido endometrial e nas mamas, a tibolona inibe a enzima sulfatase, reduzindo os níveis de estrogênios ativos produzidos nesse tecido. A relevância clínica destes estudos não é conhecida (vide Reações adversas).

– Informações de estudos clínicos com Livial
•Alívio dos sintomas da deficiência estrogênica
O alívio dos sintomas menopausais (ex. sintomas vasomotores, atrofia vaginal) geralmente ocorre durante as primeiras semanas de tratamento.
•Efeitos sobre o endométrio e padrão de sangramento
Foram relatados casos de hiperplasia e câncer endometrial em mulheres tratadas com a tibolona.
Foi observada amenorréia em 88,4% das mulheres durante os meses 10 – 12 de tratamento com
Livial 2,5 mg. Sangramento e/ou spotting apareceram em 32,6% das mulheres durante os primeiros três meses de tratamento e em 11,6% durante os meses 10-12 de tratamento.

•Prevenção da osteoporose
A deficiência de estrogênios na menopausa está associada ao aumento do turnover ósseo e ao declínio da massa óssea. A proteção parece efetiva durante o período de tratamento. Após a descontinuação da terapia hormonal (TH), a perda de massa óssea ocorre em proporção similar às mulheres não tratadas.
Após 2 anos de tratamento com Livial (2,5 mg) o aumento na densidade mineral óssea (DMO) da coluna foi de 2,6 +/- 3,8%. O percentual de mulheres que mantiveram ou ganharam DMO na região lombar durante o tratamento foi de 76%. Um segundo estudo confirmou estes resultados.
Livial (2,5 mg) também apresentou efeito sobre a DMO do quadril. Em um estudo, o aumento após 2 anos foi de 0,7 +/- 3,9% no colo do fêmur e de 1,7 +/- 3,0% no quadril total. O percentual de mulheres que mantiveram ou ganharam DMO na região do quadril durante o tratamento foi de 72,5
%. Um segundo estudo demonstrou que o aumento após 2 anos foi de 1,3 +/- 5,1% no colo do fêmur e 2,9 +/- 3,4% no quadril total. O percentual de mulheres que mantiveram ou ganharam
DMO na região do quadril durante o tratamento foi de 84,7%.
•Efeitos sobre as mamas
Em estudos clínicos não houve aumento da densidade mamográfica em mulheres tratadas com
Livial, quando comparado ao placebo.

Propriedades Farmacocinéticas
Após administração oral, a tibolona é rápida e completamente absorvida. Devido ao rápido metabolismo, os níveis plasmáticos de tibolona são muito baixos. Os níveis plasmáticos do isômero-Δ4 da tibolona também são muito baixos. Portanto, alguns parâmetros farmacocinéticos não podem ser determinados. Níveis de pico plasmático dos metabólitos 3-OH e 3-ß-OH são mais altos, mas não ocorre acúmulo.

A excreção da tibolona é principalmente na forma de metabólitos conjugados (na maioria sulfatados). Parte do composto administrado é excretado na urina, mas a maior parte é eliminada pelas fezes.
O consumo de alimentos não possui efeito significativo na extensão da absorção.
Foi verificado que os parâmetros farmacocinéticos para a tibolona e seus metabólitos são independentes da função renal.

Dados pré-clínicos de segurança
Em estudos com animais, a tibolona apresentou atividades anti-fertilidade e embriotóxica em virtude de suas propriedades hormonais. A tibolona não foi teratogênica em camundongos e ratos,e demonstrou potencial teratogênico em coelhos com doses próximas à abortiva (vide Gravidez e lactação). A tibolona não é genotóxica sob condições in vivo. Apesar de ter sido observado efeito carcinogênico em certos grupos de ratos (tumores hepáticos) e camundongos (tumor de bexiga), a sua relevância clínica é incerta.