Características farmacológicas omniscan

OMNISCAN com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de OMNISCAN têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com OMNISCAN devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



OMNISCAN é um meio de contraste paramagnético não-iônico com as seguintes propriedades físico-químicas:

Osmolalidade (mOsm/kg água) a 37º C 780
Viscosidade (mPa.s) a 20º C

2,8
1,9

Densidade a 20º C (kg/L) 1,15

Relaxividade molar
r1(mM- 1 •s- 1) a 20 MHz a 37oC
r1(mM- 1 •s- 1) a 10 MHz a 37oC
r2(mM- 1 •s- 1) a 10 MHz a 37oC

3,9
4,6
5,1

pH 6,0 a 7,0



A gadodiamida é livremente hidrossolúvel.
Propriedades farmacodinâmicas
OMNISCAN é um meio de contraste paramagnético para uso em imagem por ressonância magnética (RM).
OMNISCAN contém gadodiamida que afeta, principalmente, o tempo de relaxamento T1 dos prótons. Após injeção intravenosa, isso leva à intensidade aumentada do sinal e, consequentemente, realce pelo contraste em avaliações utilizando a RM. Na faixa de potências de campo investigadas, de 0,15 a 1,5 Tesla, constatou-se que o contraste relativo de imagem foi independente da potência de campo aplicada.
OMNISCAN proporciona realce do contraste e facilita a visualização de estruturas anormais ou lesões em diversas partes do corpo incluindo o sistema nervoso central (SNC).
Em casos de disfunção da barreira hematoencefálica, a administração de OMNISCAN pode levar a intensificação da visualização de alterações patológicas e lesões com vascularização anormal (ou aquelas supostas de causar anormalidades na barreira hematoencefálica) no tecido cerebral (lesões intracranianas), da medula espinhal e outros associados, assim como lesões nas cavidades torácica, pélvica e espaço retroperitoneal. OMNISCAN também melhora o delineamento tumoral, determinando, assim, a extensão da infiltração. O incremento no sinal não é visto em todos os tipos de processos patológicos, por ex., alguns tipos de malignidades de baixo grau ou placas MS inativas não são contrastadas. OMNISCAN pode, assim, ser utilizado para o diagnóstico diferencial entre tecidos sadios e patológicos, diferentes estruturas patológicas e na diferenciação entre tumor e recorrência de tumor e tecido cicatricial após tratamento.
Os estudos de farmacologia de segurança em cães e ratos demonstraram que OMNISCAN não tem efeitos significativos sobre o sistema cardiovascular. Estudos in vitro demonstraram nenhum efeito ou efeito insignificante sobre a liberação de histamina dos mastócitos, na ativação de fatores do complemento do soro humano, na atividade da colinesterase eritrocitária humana, na atividade da lisozima, na fragilidade e morfologia dos eritrócitos humanos, e na tensão dos vasos sanguíneos de bovinos isolados. Não há evidências de antigenicidade em teste cutâneo em cobaias.
Estudos farmacocinéticos em várias espécies animais demonstraram que OMNISCAN é rapidamente distribuído no volume extracelular, e quantitativamente excretado pelos rins por filtração glomerular. As meia-vidas de eliminação no homem e no macaco são semelhantes. O volume de distribuição calculado é de aproximadamente 25% do tamanho do corpo.
Estudos toxicológicos demonstraram uma tolerância aguda alta do OMNISCAN, a DL5 0 aproximada em camundongos foi > 30 mmol / kg. Um achado comum após dose única alta ou doses repetidas foi vacuolização tubular proximal, que foi reversível, e não foi associada com função renal alterada. OMNISCAN não é irritante após a administração intravenosa, intra-arterial, paravenosa, subcutânea e intramuscular, ou quando aplicado sobre a pele ou os olhos.

Propriedades farmacocinéticas
A gadodiamida é um complexo de gadolínio quelado não iônico distribuído para o fluido extracelular. A gadodiamida está intimamente relacionada a outro meio de contraste contendo gadolínio, o gadopentetato. Estes compostos desenvolvem um momento magnético quando colocados num campo magnético que pode aumentar a taxa de relaxamento dos prótons da água nas proximidades do agente paramagnético. Na ressonância magnética (RM), a visualização do tecido cerebral normal e patológico depende de variações na intensidade do sinal de radiofrequência que ocorrem com: 1) mudanças na densidade de prótons; 2) alteração do spin-lattice ou do tempo de relaxamento longitudinal (T1) e 3) variação do spin-spin ou tempo de relaxamento transversal (T2). Os meios de contraste contendo gadolínio diminuem os tempos de relaxamento T1 e T2 nos tecidos onde se acumulam.
Os meios de contraste paramagnéticos como OMNISCAN podem prejudicar a visualização de lesões que são observadas em RM sem contraste. Isto pode ser devido aos efeitos do meio de contraste paramagnético, ou dos parâmetros da imagem. Tenha cuidado quando exames de RM com OMNISCAN são interpretados na ausência de um exame de RM sem contraste.
Os meios de contraste contendo gadolínio não atravessam a barreira hematoencefálica normal ou barreira placentária. No entanto, o rompimento da barreira hematoencefálica ou vascularização anormal permite ao acúmulo de meios de contraste em lesões como neoplasias, abscessos e infartos subagudos.
Nos tecidos fora do SNC, o endotélio vascular é facilmente permeável à gadodiamida que, consequentemente, se distribui rapidamente no fluido extracelular. A concentração de gadodiamida em vários tecidos irá refletir principalmente na visualização e no volume do espaço extracelular. Tumores e alterações inflamatórias altamente visualizados devem mostrar um maior realce do que o tecido circundante. A distribuição no fluido extracelular nos tecidos fora do SNC torna o OMNISCAN adequado como meio de contraste para exames de RM do corpo todo, já que sua distribuição é razoavelmente igual em todas as áreas do corpo com retenção ou captação não específica para células ou órgãos. A dose ideal absoluta de um meio de contraste paramagnético como a gadodiamida, é contudo, muito dependente da lesão a ser detectada, do fluxo sanguíneo, do fluxo sanguíneo no tecido circundante e das seqüências e campo de força da máquina de RM. Os estudos clínicos demonstram que a dose padrão fornece diagnóstico adequado em todas as áreas do corpo, mas a tendência observada em alguns dos estudos indica que doses altas podem fornecer informações adicionais que contribuem para o diagnóstico completo. Os resultados dos estudos de dose-resposta indicam que há diferenças mínimas entre as doses ótimas para as várias áreas do corpo/tipos de lesões, e que estas diferenças podem ser difíceis de detectar em estudos de dose-reposta de tamanho razoável.
A farmacocinética da gadodiamida administrada por via intravenosa em indivíduos normais está de acordo com um modelo aberto, de dois compartimentos, com distribuição média e meia-vida de eliminação (apresentadas como média ± DP) de 3,7 ± 2,7 minutos e 77,8 ± 16 minutos, respectivamente. A gadodiamida é eliminada principalmente pela urina com 95,4 ± 5,5% (média ± DP) da dose administrada eliminada em 24 horas. As taxas de depuração renal e plasmática da gadodiamida são quase idênticas (1,7 e 1,8 mL / min / kg, respectivamente), e são semelhantes ao de substâncias excretadas principalmente por filtração glomerular. O volume de distribuição da gadodiamida (200 ± 61 mL / kg) é equivalente ao da água extracelular. A gadodiamida não se liga a proteínas séricas humanas in vitro. Estudos farmacocinéticos e farmacodinâmicos não tem sido sistematicamente conduzido para determinar a dose ideal e o tempo de imagem em pacientes com função renal anormal ou insuficiência renal, nos idosos, ou em pacientes pediátricos com função renal imatura.