Características farmacológicas mircera

MIRCERA com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de MIRCERA têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com MIRCERA devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



Farmacodinâmica
Mircera® é um ativador contínuo de receptor de eritropoietina de síntese química. Betaepoetina- metoxipolietilenoglicol difere da eritropoietina pela integração de uma ponte amido entre o grupo amino terminal-N ou o grupo ε-amino da lisina, predominantemente Lys52 e Lys45 e ácido metoxipolietilenoglicol butanóico. Isto resulta em peso molecular de aproximadamente 60.000 dáltons para betaepoetina- metoxipolietilenoglicol, sendo que a molécula PEG tem peso molecular aproximado de 30.000 dáltons.
Em contraste com a eritropoietina, Mircera® apresenta uma atividade diferente sobre o receptor, caracterizada por associação mais lenta e dissociação mais rápida do receptor, uma atividade específica reduzida in vitro e uma atividade aumentada in vivo, bem como uma meia-vida aumentada. Essas propriedades farmacológicas diferenciais são relevantes para possibilitar a administração mensal de Mircera®.

Mecanismo de ação
Mircera® estimula a eritropoiese pela interação com o receptor de eritropoietina nas células precursoras na medula óssea. Como o fator de crescimento primário para o desenvolvimento eritroide, o hormônio natural eritropoietina é produzido no rim e liberado na corrente sanguínea em resposta à hipóxia. Em resposta à hipóxia, o hormônio natural eritropoietina interage com as células precursoras eritroides, aumentando a produção de hemácias.
Após a administração de uma dose única de Mircera® em pacientes com DRC, o início do aumento do nível da hemoglobina (definido como um aumento de 0,4 g/dL a partir do basal) foi observado de 7 a 15 dias após a primeira dose de Mircera®.

Farmacocinética
Nos pacientes, as propriedades farmacocinéticas e farmacológicas permitem a administração mensal de Mircera®, devido à meia-vida de eliminação prolongada. A meia-vida de eliminação depois da administração IV de Mircera® é de 15 a 20 vezes mais prolongada do que a da eritropoietina humana recombinante.
A farmacocinética de Mircera® foi estudada em voluntários sadios e pacientes anêmicos com doença renal crônica (DRC), incluindo pacientes submetidos ou não à diálise.
Em pacientes com DRC, a depuração e o volume de distribuição da betaepoetina-metoxipolietilenoglicol não foram dose-dependentes.
Em pacientes com DRC, a farmacocinética do Mircera® foi estudada depois da primeira dose e depois de administrações na semana 9 e na semana 19 ou 21. A administração de doses múltiplas não teve nenhum efeito sobre a depuração, o volume de distribuição ou a biodisponibilidade da betaepoetina-metoxipolietilenoglicol.
Depois da administração a cada 4 semanas em pacientes com DRC, não houve acúmulo significativo de betaepoetina-metoxipolietilenoglicol, como demonstrado por uma razão de acúmulo de 1,03. Depois da administração a cada duas semanas, a razão de acúmulo foi de 1,12.
Uma comparação entre concentrações séricas de betaepoetina-metoxipolietilenoglicol, dosadas antes e depois da hemodiálise em 41 pacientes com DRC, mostrou que a hemodiálise não teve nenhum efeito sobre a farmacocinética da betaepoetina-metoxipolietilenoglicol.
Uma análise em 126 pacientes com DRC mostrou que não há diferença farmacocinética entre pacientes em diálise e pacientes não submetidos à diálise.
Os resultados de um estudo em 42 voluntários sadios indicaram que o local de injeção subcutânea (abdome, braço ou coxa) não tem nenhum efeito clinicamente relevante sobre farmacocinética, farmacodinâmica ou tolerabilidade local de Mircera®. Com base nesses resultados, os três locais são considerados adequados para injeção subcutânea de Mircera®.

Absorção após administração subcutânea
Depois da administração SC a pacientes com DRC, as concentrações séricas máximas de betaepoetina- metoxipolietilenoglicol foram observadas após 72 horas (valor mediano) em pacientes em diálise e após 95 horas em pacientes não submetidos à diálise.
A biodisponibilidade absoluta de betaepoetina-metoxipolietilenoglicol depois da administração SC foi de 62% e 54%, em pacientes submetidos ou não à diálise, respectivamente.

Distribuição
Um estudo em 400 pacientes com DRC mostrou que o volume de distribuição de betaepoetina- metoxipolietilenoglicol é de, aproximadamente, 5 litros.

Eliminação
Depois da administração IV em pacientes com DRC, t½ para betaepoetina-metoxipolietilenoglicol foi de 134 horas (ou 5,6 dias) e a depuração total sistêmica foi de 0,494 mL/h por kg. Depois da administração SC, a meia-vida terminal de eliminação (t½) foi de 139 horas nos pacientes em diálise e 142 horas em pacientes não submetidos à diálise.

Farmacocinética em populações especiais Insuficiência hepática
A farmacocinética de Mircera® é semelhante em pacientes com insuficiência hepática grave e indivíduos sadios (vide item “Posologia e modo de usar”).

Outras populações especiais
Análises populacionais avaliaram os potenciais efeitos das características demográficas sobre a farmacocinética de Mircera®. Resultados dessas análises mostraram que não são necessários ajustes da dose inicial para idade, sexo ou raça.
Uma análise farmacocinética populacional também mostrou nenhuma diferença farmacocinética entre pacientes em diálise e não submetidos à diálise.