Características farmacológicas hemax-eritron

HEMAX-ERITRON com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de HEMAX-ERITRON têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com HEMAX-ERITRON devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



Propriedades farmacodinâmicas
A alfaepoetina (eritropoietina humana recombinante) induz a eritropoiese ao estimular a divisão e diferenciação de progenitores eritropoiéticos na medula óssea, o que resulta no aumento da massa globular e, consequentemente, do hematócrito. A alfaepoetina também induz a liberação de reticulócitos da medula óssea até a corrente sanguínea, onde se amadurecem a eritrócitos.
A concentração normal de eritropoietina endógena é de 10-30 mUI/mL e é influenciada pelos níveis de oxigênio tissular. Quando os níveis de oxigênio tissular diminuem, a concentração de eritropoietina aumenta entre 100 e 1.000 vezes. Esta situação também é observava nos pacientes anêmicos.
A alfaepoetina é um polipeptídeo que contém 165 aminoácidos. A produção desse hormônio foi possível graças a técnicas de DNA recombinante. Após o isolamento do gene da eritropoietina, ele foi inserido e expresso por células de mamíferos em cultura, capazes de sintetizar quantidades ilimitadas do hormônio.
A alfaepoetina isolada do meio de cultura é purificada a mais de 98% e formulada em solução salina tamponada. A análise da sequência completa da eritropoietina urinária humana purificada e da alfaepoetina demonstrou que os hormônios são idênticos na sequência de aminoácidos e possuem a cadeia de oligossacarídeos muito similar na estrutura de carboidratos. A atividade da alfaepoetina é de 129.000 U/mg de hormônio.
A eritropoietina é um hormônio envolvido na produção de células vermelhas pelo tecido eritróide da medula óssea. A maior parte desse hormônio é produzida pelos rins em resposta à hipóxia, com um adicional de 10% a 15% da síntese ocorrendo no fígado. A eritropoietina funciona como um fator de crescimento, estimulando a atividade mitótica das células progenitoras eritróides (unidades formadoras de e de colônias de eritrócitos) e de células precursoras jovens (proeritroblastos). O hormônio também é ativo como um fator de diferenciação que estimula a transformação das unidades formadoras de eritrócitos a proeritroblastos. Apesar da localização exata da produção de eritropoietina no túbulo renal não ser totalmente conhecida, sugere-se que células tubulares ou intersticiais sejam o principal sítio de localização do hormônio e de seu RNA mensageiro. Estudo preliminar identificou o fígado como sendo o principal sítio de produção de eritropoietina no feto.

Propriedades farmacocinéticas
A alfaepoetina, princípio ativo do Hemax Eritron, é administrada por via subcutânea ou intravenosa.
O aumento inicial na contagem de reticulócitos é alcançado 7 a 10 dias após a administração do produto. Foram observados aumentos clinicamente significativos na contagem de glóbulos vermelhos, hematócrito e hemoglobina, geralmente, 2 a 6 semanas após a administração da alfaepoetina. A faixa e extensão da resposta dependem da dose e da duração da terapia, e da disponibilidade das reservas de ferro.
A concentração plasmática máxima é atingida 15 minutos após dose única intravenosa e 5 a 24 horas após dose única subcutânea. Neste último caso, o pico de concentração pode manter-se por 12 a 16 horas e apresentar quantidades detectáveis durante pelo menos 24 horas após sua administração.
A absorção e biodisponibilidade da alfaepoetina após injeção subcutânea é de 22% a 31%. O volume de distribuição é de 0,021 a 0,063 L/Kg, com baixa concentração no fluido cefalorraquidiano (0,06% após administração intravenosa).
A meia-vida da alfaepoetina é de 4 a 13 horas após administração intravenosa, e de 27 horas após administração subcutânea. A alfaepoetina é eliminada em taxas consistentes a farmacocinética de primeira ordem. A meia-vida de eliminação é, geralmente, maior após as primeiras doses do que após duas ou mais semanas de tratamento. Em geral, a meia vida de eliminação é de 40 horas (entre 16 e 67 horas) em pacientes com câncer. O clearance renal da medicação é de 0,047 mL/min/Kg (0,032 a 0,55 mL/min/Kg). Para doses de 150 UI/Kg, 3 vezes por semana, por via SC, o clearance renal foi de 20,2 mL/min/Kg, quando em uso de quimioterapia, e de 23,6 mL/min/Kg, nos casos em que não haviam recebido quimioterapia. Para doses de 40.000 UI/Kg, uma vez por semana, por via SC, o clearance renal foi de 9,2 mL/min/Kg, quando em uso de quimioterapia, e de 13,9 mL/min/Kg, nos casos em que não haviam recebido quimioterapia.
Em estudos realizados em voluntários adultos sadios, observou-se que a meia-vida após administração intravenosa é 20% menor que nos pacientes com insuficiência renal. Em um estudo realizado em voluntários sadios, observou-se que a meia-vida de Hemax Eritron administrado por via subcutânea foi de 20,8 ± 6,3 horas.
Uma vez interrompido o tratamento, o hematócrito pode começar a diminuir após 2 semanas.
Estudo realizado em crianças prematuras avaliou a curva farmacocinética da alfaepoetina após aplicação de dose de 400 UI/Kg por via subcutânea, observando-se concentração máxima da droga atingida em média de 7,7 horas (4 a 12 horas), meia-vida de absorção de 2,9 horas (0,8 a 4,8 horas), meia-vida de eliminação de 14,9 horas (8,7 a 36,1 horas) e volume de distribuição de 0,705 L/Kg (0,23 a 1,73 L/Kg) nessa população específica estudada.