Advertências agenerase

AGENERASE com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de AGENERASE têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com AGENERASE devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



A principal via de metabolização e excreção do amprenavir é o fígado. O Agenerase® deve ser usado com precaução em pacientes com insuficiência hepática. A dose de Agenerase® deve ser reduzida em pacientes com insuficiência hepática moderada ou grave (ver Posologia).
O amprenavir, assim como os outros inibidores da protease do HIV, é um inibidor da enzima CYP3A4 do citocromo P450. Agenerase® não deve ser administrado concomitantemente com medicamentos com janelas terapêuticas estreitas que sejam substratos da CYP3A4. Há também outros agentes que podem resultar em interações medicamentosas graves e/ou que ameacem a vida, por isso aconselha-se cuidado sempre que a administração de Agenerase® for concomitante à de medicamentos indutores, inibidores ou substratos da CYP3A4 (ver Contraindicações e Interações Medicamentosas).
Estudos farmacocinéticos com outros inibidores da CYP3A4, incluindo outros inibidores da protease, indicaram que o amprenavir pode aumentar significativamente as concentrações de lovastatina e sinvastatina, os quais estão associados a um aumento na incidência de miopatia, incluindo rabdomiólise.
Estudos farmacocinéticos com outros inibidores da CYP3A4, incluindo outros inibidores da protease, indicam que o amprenavir pode aumentar significativamente as concentrações de atorvastatina. Deve-se usar a menor dose possível de atorvastatina com um rigoroso monitoramento ou considerar o uso de pravastatina ou fluvastatina, como inibidor alternativo da HMG-CoA redutase, em combinação com Agenerase®.
O uso concomitante de amprenavir com ritonavir e propionato de fluticasona, ou outros glicocorticoides metabolizados pelo CYP3A4 não é recomendado, a menos que o benefício potencial do tratamento supere o risco de efeitos corticosteroides sistêmicos, incluindo síndrome de Cushing e supressão adrenal (ver Interações medicamentosas).
Embora as isoenzimas responsáveis pelo metabolismo do bepridil não tenham sido elucidadas, a principal via metabólica responsável pelo metabolismo de bepridil é mediada pelo sistema enzimático CYP450. Em virtude do amprenavir ser um inibidor da isoenzima CYP3A4, a isoenzima CYP450 mais comumente responsável pelo metabolismo de medicamentos, e em função do aumento da exposição plasmática de bepridil poder causar arritmia cardíaca grave com ameaça à vida, deve-se ter cuidado quando o amprenavir e o bepridil forem coadministrados.
Podem ocorrer interações medicamentosas graves ou que envolvam ameaça à vida entre amprenavir e amiodarona, lidocaína (sistêmica), antidepressivos tricíclicos, quinidina e varfarina. Recomenda-se monitorar as concentrações destes agentes, uma vez que o risco potencial de problemas relacionados à segurança com o uso concomitante pode ser minimizado. No caso da varfarina, monitorar também o INR– “International Normalised Ratio”.
A administração concomitante de amprenavir com produtos contendo Hypericum perforatum (também conhecido como erva de São João) não é recomendada. Um estudo farmacocinético com indinavir indica que o Hypericum perforatum pode reduzir os níveis plasmáticos de amprenavir, quando ambos são administrados concomitantemente (ver Interações Medicamentosas).
Em razão do potencial de interações metabólicas com o amprenavir, a eficácia dos contraceptivos hormonais pode ser modificada, mas ainda não existem dados suficientes que possam prever a natureza dessas interações. Por isso, métodos de contracepção alternativos são recomendados para mulheres em idade fértil (ver Interações Medicamentosas).
A segurança e a eficácia do Agenerase® em crianças menores de 4 anos de idade ainda não foram estabelecidas.
Agenerase® contém vitamina E. Por isso, suplementos adicionais desta vitamina não são recomendados.
Foram relatados aumentos de sangramento, incluindo hematomas cutâneos espontâneos e hemartrose em pacientes hemofílicos do tipo A e B tratados com inibidores da protease. Alguns pacientes receberam adicionalmente fator VIII. Em mais da metade dos casos relatados, o tratamento com inibidores da protease foi mantido ou reiniciado, caso tivesse sido interrompido. Embora o mecanismo de ação não tenha sido elucidado, acredita-se que exista uma relação causal. Por isso, pacientes hemofílicos devem ser alertados da possibilidade de aumento do sangramento com o uso de Agenerase®.
Os pacientes devem ser advertidos de que o Agenerase®, ou qualquer outra terapêutica antirretroviral existente não cura a AIDS, e que eles podem ainda desenvolver infecções oportunistas e outras complicações da infecção por HIV. Não foi provado que as terapêuticas antirretrovirais atuais, incluindo o Agenerase®, previnam o risco de transmissão do HIV para outras pessoas através do contato sexual ou contaminação sanguínea. As precauções apropriadas devem ser mantidas.

Síndrome de Reconstituição Imune
Em pacientes infectados por HIV com deficiência imune grave na ocasião do início do tratamento antirretroviral (TAR), uma reação inflamatória a infecções oportunistas assintomáticas ou residuais podem surgir e causar problemas médicos graves ou o agravamento dos sintomas. Tipicamente, essas reações foram observadas nas primeiras semanas ou meses após o início do TAR. Exemplos relevantes são a retinite por citomegalovírus, infecções micobacterianas generalizadas e/ou focais e pneumonia por
Pneumocystis jiroveci (P. carinii). Quaisquer sintomas inflamatórios devem ser avaliados sem demora e o tratamento deve ser iniciado, quando necessário.

Redistribuição de gordura
A redistribuição/acúmulo de gordura, incluindo obesidade central, alargamento dorso-cervical (“buffalo hump”), emagrecimento periférico, emagrecimento da face, alargamento das mamas, níveis elevados de lipídeos séricos e glicose tem sido observados separadamente ou em conjunto em alguns pacientes em tratamento com a combinação de antirretrovirais (ver Reações adversas).
Embora os fármacos pertencentes às classes de inibidores da protease e ITRN tenham sido associados a um ou mais desses eventos adversos específicos, relacionados a uma síndrome comumente chamada lipodistrófica, os dados existentes indicam diferenças de risco para os membros individuais das respectivas classes terapêuticas.
Adicionalmente, a síndrome lipodistrófica possui uma etiologia multifatorial. Por exemplo, o estado da doença por HIV, idade avançada e duração do tratamento antirretroviral desempenham papéis importantes, possivelmente sinérgicos. As consequências de longo prazo ainda são desconhecidas.
O exame clínico deve incluir a avaliação de sinais físicos de redistribuição de gordura. Deve-se considerar a quantificação de lipídeos séricos e glicose sanguínea. Transtornos lipídicos devem receber tratamento clínico apropriado.